quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Jesus te ama

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"Jesus te ama". É uma frase que talvez tenha se tornado banal. Todo mundo diz, todo mundo ouve, mas poucos param para pensar o que realmente significa. Talvez por isso, alguns já não gostam quando alguém diz isso e estranhamente recusam o fato de serem amadas. Há outros também que ligam esta frase imediatamente a outras palavras: Templos, chatices, pastores ladrões, hipocrisia, fanatismo, preconceito, injustiça e ignorância.

Uma palavra puxa a outra. Talvez, se a frase "Jesus te ama" fosse realmente compreendida em sua totalidade, as pessoas percebessem que Templos, chatices, pastores ladrões, hipocrisia, fanatismo, preconceito, injustiça e ignorância são coisas criadas pelos homens, mas o amor, esse sim, foi criado por Deus. Aí compreendemos que a humanidade é livre para fazer o que quiser, mas tudo o que cada um faz gera uma consequencia.

E é isso que faz do mundo, um lugar injusto. Mas "Jesus te ama" e por isso deu o sangue por você, para que você pudesse crer nele e ser salvo desse mundo cruel. Aí entendemos que quem é guiado pelo Espírito Santo, não teme, pois ainda que venha a tristeza, nós temos a certeza de que "Jesus nos ama" e é nele em quem devemos confiar. Este é o verdadeiro significado de "Jesus te ama".


A propósito... Tenha um Feliz Natal.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Argumentos Falaciosos

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Tenho tido acesso a muita informação ultimamente. Entre esse punhado de coisas que podemos tirar dos meios de comunicação, pude encontrar uma nova tendência: O uso das falhas religiosas para evidenciar a não existência de Deus. Funciona mais ou menos assim: "Grandes guerras são causadas pela religião, pessoas se matam pela religião, por causa da religião existe intolerância, os religiosos são fanáticos e bitolados... Logo... Não existe Deus...".

Pôxa, eu tenho que rir. Mas que argumento falacioso! Quem me conhece, sabe que eu concordo plenamente que a religião é ruim. Não a religião, conjunto de leis morais em que se inclui também o amor, mas a religião, conjunto de regras que tentam nos ligar a Deus. Isso porque, em seu sentido real, religião significa: Religar (vem do latim, religio) e que dizer exatamente isso: Conjunto de leis, regras e obras que nos religam a Deus. Ora, mas sabemos que obra nenhuma que façamos tem poder de nos achegar a Deus. Elas apenas são a prova de que realmente o amamos, mas o que nos salva é Jesus.

Mas, enfim, dizer que Deus não existe porque existe maldade no meio daqueles que se dizem religiosos e culpá-los por todos os problemas do mundo é apelar demais. Aliais, vale lembrar que a maldade não foi criada por Deus, e que Deus deu o livre arbítrio para que o homem fizesse o que bem entendesse. É claro que tudo o que se planta colhe e o que fazemos apresentam consequencias. Entretanto isso não nos impede de fazer e daí o problema da maldade e do sofrimento. Culpa de Deus? Não. Culpa do homem que não sabe usar sua liberdade.

Os textos de Deuteronômio 30:19 e o próprio relato de Gênesis 2:15-17, mostram que Deus nos deixa escolher entre o bem e o mal, mas sempre com a bondade de informar as consequencias de cada caminho. Ou seja, para quem ousa dizer que acha que Deus é mau, é bom que leia mais a Bíblia.

Interessante também ressaltar, para não deixar dúvidas sobre o assunto, que Deus, além de bom e amoroso, é o Justo Juiz e muito sábio. Isso faz com que o seu trabalho seja muito delicado. Afinal, Deus precisa ser aquele que não quebra com a liberdade do homem (deixando que ele escolha os seus próprios caminhos), mas ao mesmo tempo ser Juiz e também sábio. Por esta causa vemos em algumas passagens, no Velho Testamento vezes em que Deus parece ser duro com seu povo e também os demais povos da terra.

Há quem diga que não crê na Bíblia porque o Deus do Novo Testamento, não parece ser o mesmo Deus do Velho Testamento. Engana-se quem pensa assim. O que ocorre é que Deus no Velho Testamento agia conforme o contexto histórico do Velho Testamento e no Novo Testamento, age em nosso contexto. O antigo contexto histórico do mundo era mais ou menos assim: Muitas guerras para tomada de territórios, povos sanguinários, povos que sacrificavam crianças, povos xenófobos, povos onde eram comuns os abusos sexuais, povos de práticas abomináveis. Isso além de que não havia nenhum povo que servisse a um único Deus, a não ser o povo Hebreu.

Desta forma, Deus acabava por ser mais severo com o seu povo, para que fossem diferentes dos demais. Assim saberiam que aquele povo era o povo do único Deus e isso colaboraria para que não se perdessem com o tempo e para que posteriormente Jesus viesse e o cristianismo fosse espalhado a todas as nações.

Quanto aos outros povos, no contexto antigo, eram por vezes julgados por Deus por Ele já saber que não se arrependeriam, por ver que estavam fazendo mal aos inocentes, por influenciarem negativamente a muitos e por já estarem há tempos em pecado (o que significa a misericórdia que Deus dá, para que ninguém ouse dizer que não teve tempo de se arrepender).

Podemos perceber, então, que Deus só toma medidas drásticas quando realmente só há aquele jeito. Isso explica suas ações no Velho Testamento e para completar este pensamento, vemos que em Atos 5:1-11 e 12:20-25, já no Novo Testamento, Deus usa de medidas drásticas para evitar maiores males. Um Deus mau? Não. Um Deus sábio. Tudo o que faz é para que nós possamos estar com Ele. E isso é amor.

Mas você deve estar se perguntado: "E os religiosos que causam tantas tristezas do mundo? O mundo seria melhor sem religião. O mundo seria melhor sem Deus". Bem, não considero homens que usam Deus como pretexto para suas guerras, pessoas que realmente o seguem. Se alguém se diz Cristão, por exemplo, mas não ama a seu próximo como a si mesmo, não é digno de ser chamado de Cristão. Ou é um farsante ou um cego. Aí vemos que o problema não está em Deus e sim, mais uma vez no homem.

Além disso, existiram também ateus que foram tão maus quanto os tais "cristãos" de quem falamos. Posso citar aqui quatro dentre muitos: Mao tsé Tung, Lenin, Stálin e Mussolini. Está lembrado destes homens? Foram grandes ditadores. Mussolini se converteu ao catolicismo apenas por conveniência política. Se realmente o problema fosse Deus, tais homens, influentes que eram, teriam dado jeito no mundo. Mas ao contrário disso, abusaram do poder, acabaram com a democracia e se fizeram deuses para o povo. Intocáveis.

O famoso biológo Richard dawkins, é outro exemplo de como o problema não está em Deus. Ele é um ateu ferrenho, que costuma a usar argumentos falaciosos contra a existência de Deus, e por vezes desvia-se do foco com ataques à religião e desprezo a quem crê em Deus. Aliais, fazer graça com a fé dos outros (e muitos o fazem) não prova a inexistência de Deus e eu já estou cansado de argumentos sem sentido.

Dawkins é um exemplo claro de como o homem é imperfeito, pois, muitas vezes, age como um fanático. Um fanático ateu. E fanático por fanático, todos são iguais. Tanto quem é religioso como quem não é. O fanatismo é a prova de que o homem é errado e é isso que faz do mundo um lugar ruim. Então, Deus é mau? O mundo seria melhor sem Deus?

Havia um pensador iluminista que dizia: "O homem é bom por natureza, a sociedade é que o corrompe". Eu discordo radicalmente. Minha frase seria: "O homem é mau por natureza, a sociedade é que explicita isso". Portanto, o mundo seria um lugar melhor sem Deus? Não! O mundo seria um lugar melhor sem o homem.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Coloca sua cabeça para Pensar

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Você já reparou como que a mídia é tendenciosa? Não? É fácil. Comece a assistir a National Geographic, a BBC ou mesmo o programa "Fantástico" da Rede Globo. Você vai notar que tudo o que passar na sua frente será uma tentativa de manipular a sua mente. Ainda não está convencido? Então, faça o seguinte. Continue assistindo até você ver algo que te interessa. Aí, quando você chegar no trabalho (ou escola ou faculdade) e for comentar com seus amigos o assunto que viu, preste atenção no que falar. Provavelmente falará assim: "Sabia que tal, tal e tal? É verdade sim. Vi no fantástico".

Veja que somos condicionados a crer no que a tv nos fala. E assim também é com as revistas, jornais e qualquer coisa que seja famosa. Recebemos sem nenhum problema. É como se tudo o que a mídia nos dissesse fosse bom. "Afinal se é famoso, não pode estar errado". Mas infelizmente não é assim que as coisas funcionam. Aproveitando-se da ignorância da grande maioria das pessoas, que não se esforçam em pesquisar as informações por si mesmas, a mídia utiliza o seu poder de coerção para moldar os pensamentos.

O povo se torna massa de manobra e cada pessoa começa a perder a habilidade de pensar. Veste-se o que a mídia veste, faz-se o que a mídia faz, segue-se o que a mídia segue, acredita-se no que a mídia diz acreditar e o principal: Presta-se mais e mais atenção na mídia. Não sei se você se enquadra nesse tipo de pessoa, levada pelo que a mídia fala. Mas se você se enquadra, preste atenção: Estão te fazendo de burro! Nem toda a informação é verdadeira e cabe a você julgar o que chega às suas mãos.

Pare de apenas aceitar o que dizem para você. Pare de apenas fazer o que mandam você fazer. Quando nos tornamos adultos é nossa obrigação questionar se o que chega a nós é verdadeiro. O próprio Jesus disse em João 5:39, "Examinai as Escrituras". Sabe o contexto? Jesus estava exortando as pessoas a examinarem as Escrituras para se certificarem do que ele mesmo estava dizendo. Isso se aplica a nós, em tudo, para que não corramos o risco de sermos enganados. Para que possamos responder àqueles que nos questionam sobre o que cremos.

Sabe onde quero chegar com tudo isso? Simples. Quero te convidar a pensar. Te convidar a deixar de ser enganado pelo que os outros dizem (em qualquer área da vida). E já que te ofereço essa nova visão, por que não ter uma nova visão sobre Deus? Temos ouvido "provas" de que Deus não existe, "provas" de que Jesus foi só um homem bom, "provas" de que a Bíblia é uma farsa, "provas" de que os ateus são mais inteligentes que os cristãos. Mas será que todas essas "provas" são mesmo verdadeiras. Por que será que a mídia não mostra o outro lado? Não estaríamos sendo manipulados nisso também?

Pois eu apresento aqui o outro lado da moeda. Aquilo que a mídia não mostra. Algumas das obras inteligentes de pessoas de grande capacidade e reconhecimento intelectual, que se empenham em defender o cristianismo de forma racional e honesta. Se você é o tipo de pessoa que tem formado sua opinião apartir da mídia, convido-o a ler estes livros e assistir aos vídeos, para então ter a plena certeza de que você não está sendo enganado.

Livros:

1- A Veracidade da fé Cristã: Uma Apologética Cristã

2- Ciência, intolerância e Fé

3- As perguntas Certas

4- Sete mitos sobre o cristianismo

5- Criação ou evolução: a luta pela verdade sobre o princípio do universo

6- A morte da razão

7- O Deus que intervém

8- Por que sou Cristão

9- Em Defesa da Fé

10- O delírio de Dawkins

11- Existe um Deus

12- Não tenho fé suficiente para ser Ateu

13- Escavando a Verdade

14- A caixa preta de Darwin

15- Cristianismo Puro e Simples

Dvds:

1- Evidências

2- Criacionismo

Sites:



Vídeos:





Autores:

William Lane Craig; Phillip Johnson; Francis Shaffer; John Scott; Lee Strabel; John Macarthur Jr; Norman Geisler; Frank Turek; Alister Macgrath; Joana Macgrath; Rodrigo Silva;Antony Flew; Roy Abraham Varghese; Michael Behe; Dale Larsen; Sandy Larsen; C.S. Lewis; R.C. Sproul; Cornelius Van Till.

"Examinai tudo. Retende o bem". I Tessalonissences 5:21

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A minha opinião

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Ontem, algo me irritou bastante. Eu voltava da Igreja, por volta das dez da noite, quando resolvi parar em frente a uma venda que há a poucos metros da minha casa. Ali estava um grupo de pessoas, as quais eu conheço, mas não tenho tanta intimidade. Cumprimentei a todos com um boa noite e permaneci em pé, estático, ouvindo o que eles conversavam.

Não foi surpresa perceber que o assunto envolvia justamente o tema Igreja. Talvez por não reparar que eu estava com uma Bíblia embaixo do braço escutei uma das pessoas dizer que não gostava de ir aos cultos e odiava quando a chamavam para ir. Também falou que quando mais jovem, viveu enfurnada na igreja e neste tempo se sentiu bitolada. E acrescentou que se sentia muito mais crente atualmente dentro de casa do que muito crente "bunda mole" (foi a expressão que ela usou) da igreja.

A dona da venda, de dentro da loja, concordou, relembrando os maus testemunhos de muitos crentes e dizendo que o que importa é o coração da pessoa e não se vai a igreja ou em qual igreja vai.

Ainda falaram sobre hipocrisia na igreja e algumas outras coisas até que quando resolvi que daria minha opinião, a conversa tomou outro rumo e eu perdi a oportunidade de me expressar.

Pois bem... Expresso minha opinião agora, no blog, para todo mundo ver e opinar também. Como não citei nomes (coisa que nunca faço), acho que estou no meu direito de divulgar este fato e fazer uma crítica construtiva (como deve ser).

A primeira coisa que me incomodou (e incomoda) profundamente é a mania que as pessoas tem de achar que a igreja deve ser um lugar perfeito assim como os seus membros. Ora, isso vai contra a própria palavra de Deus que diz que o homem não é perfeito. Fora isso a igreja tem a função de hospital. Agora me diga quando que você entrará em um hospital e não encontrará nenhum doente? Nunca. Assim, qualquer igreja, de qualquer religião, sempre terá problemas, como tudo nesse mundo.

A pergunta é: "Devemos nos conformar com isso?" Claro que não! A Bíblia, no livro de Romanos 12:2 diz: "Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus". Sabe o que isso significa? Vou traduzir: Se está tudo errado, renove sua mente e mude a si mesmo e aos outros.

A nossa querida colega, que viveu enfurnada na igreja quando mais jovem, saiu porque achava que estava tudo errado e passou a pensar que todos os cristãos são iguais. Mas por que quando lá dentro, ela não esqueceu por um momento quem estava errado e não renovou a sua mente? Ou será que ela não sabe que ver uma situação errada e não fazer nada para mudá-la é ser passivo com tal situação? Vocês podem até discordar de mim, mas se hoje o cristianismo está como está a culpa são daqueles que não fazem nada para mudá-lo. Não se trata de tentar mudar uma situação sozinho, mas sim de influenciar os outros com as suas ações para que os outros também influenciem a outros e assim sucessivamente.

A segunda coisa que me incomodou (e incomoda) profundamente foi o fato de que as pessoas ADORAM generalizar. Sabe o que significa isso? É algo como eu olhar para um grupo de dez moradores de favela e dizer: "Todo o morador de favela é traficante", só porque naquele grupo, os dez eram criminosos. Eu olhei a favela toda? E conheço cada um dos integrantes do morro? Não. Isso é generalizar. E parece que todos aqueles que não gostam do cristianismo generalizam. Veja se estou errado, mas se eu digo: "Não vou a igreja porque sou mais crente em casa do que muito crente de lá", não estou generalizando? Pois se eu não vou a igreja porque me acho mais crente em casa é porque não há crente na igreja que seja melhor do que eu. Então, nenhum crente de igreja presta.

Sabe o que é isso? É pegar mil notas de cem dólares e jogar tudo fora porque as trinta primeiras são falsas. As pessoas julgam a igreja somente pelos falsos, pelos hipócritas, pelos maus exemplos, mas deixam de lado os que valem muito. Entram na igreja procurando pessoas perfeitas, em vez de um Deus perfeito. E não achando as tais pessoas perfeitas, não fazem o mínimo esforço para mudar aquilo que podem mudar.

Terceira coisa que me incomodou (e incomoda) foi o fato de as pessoas acharem que todo crente é chato, burro, bitolado, fanático e que quer te arrastar para a igreja a todo o custo. É bem verdade que existe um bando assim. Pessoas pelas quais sinto pena, quando não chateação, pois envergonham o nome de Deus e jogam fora a sabedoria. Mas EU e também muitos outros não são assim.

As coisas que mais prezo são o respeito, a sabedoria, o estudo e a moderação. E também a última coisa que quero é arrastar gente forçada para a igreja. O meu objetivo, quando falo de Deus é fazer a pessoa entender que ela é amada e que existe um livro que quando lido com cuidado, é ótimo para ensiná-la lições valiosíssimas. Aliais, é sobre este livro que vou terminar este gigantesco post, colocando aqui a última coisa que incomodou muito.

Como todos sabem, a Bíblia é o livro sagrado utilizado por Evangélicos, Católicos e Espíritas, além de ter vindo antes do Alcorão (dos Islâmicos) e de outros livros sagrados. Parte dela também é usada pelos Judeus (primeiro povo monoteísta da Terra). Um livro, sem dúvida, importantíssimo para muitos e principalmente para aqueles que se dizem Cristãos. Entretanto me surpreendo ao ver como é tão desconhecida. Não há um que não a tenha, mas raros são aqueles que leem e raríssimos os que a estudam.

Isso, para mim é uma contradição. Se alguém se diz Cristão, creio que tem que ser pra valer. E se o Livro Sagrado do Cristianismo é a Bíblia, não entendo porque as pessoas abrem mão de usá-lo. Tenho a plena certeza de que não haveriam tantos crentes burros, católicos bêbados e pessoas fanáticas se a Bíblia fosse mais lida e estudada individualmente. Também não haveriam tantas pessoas saindo do cristianismo sem terem feito diferença alguma no lugar em que congregaram.

Pense nisso e renove a sua mente.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Somos como bebês

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Eu tenho dois irmãos mais novos. Um é grande, tem treze anos. O outro é bem pequeno, veio de surpresa, sem nem dar sinal que chegaria.

É interessante, depois de crescido, já quase na faculdade, ter que ajudar a cuidar de um bebê. Porque por mais que eu já tenha passado por isso com meu outro irmão, eu era pequeno demais e a maior parte do trabalho ficava com meus pais. Mas agora, tanto eu quanto o irmão do meio temos que auxiliar nossos pais a cuidar deste terceiro filho, tão pequeno e frágil como nós fomos um dia.

Um ano e três meses tem o pequeno e como dá trabalho! Corre pela casa, cai no chão, bate na parede, sobe no sofá, derruba as coisas da mesa, puxa o computador, entorna comida, engole besteira, põe o dedo na fresta da porta, na tomada, no ventilador, mexe no rabo da gata, se machuca, se machuca e se machuca.

Não há como deixá-lo um minuto sozinho. Pode parecer pouco, mas sessenta segundos são suficientes para que ele acabe com a própria vida sem nem ter noção do que fez. Andar atrás dele é a nossa missão e a preocupação que temos para com o seu bem estar é enorme.

Reparando nisso, pensei no amor de Deus. É curioso como que nos parecemos com crianças pequenas por inúmeras vezes na vida. Nós queremos andar sozinhos, correr de Deus e fazer as coisas conforme nossa própria vontade. E Deus, nessas horas tem um enorme trabalho, fazendo de tudo para evitar que nos demos mal.

Assim como corro para não deixar que meu pequeno irmão segure uma tesoura ou enfie o dedo na tomada, pois sei que ele vai se machucar, Deus corre para tirar da nossa mão o caminho que nos causará dor. O seu Espírito Santo vive para nos guiar pelo caminho correto e não poucas vezes reclamamos como crianças e choramos e também esperneamos, não conseguindo entender o porquê de tantas proibições.

Muitas vezes ouvi: "Esse tal de Jesus não me deixa fazer nada!". E tantas vezes vi pessoas extremamente incomodadas por algo que não saiu como esperavam. Eu mesmo, às vezes, me pego desta forma. Porém, agora é invitável pensar em meu irmão, no fato dele não saber o resultado de seus desejos, nas pirraças que ele faz e no trabalho que tenho em protegê-lo.

Hoje ele não entende, mas um dia saberá que tudo o que ele desejava quando pequeno o levaria à dor e à morte. E tudo o que eu fiz por ele foi para que ele vivesse.

De igual modo Jesus morreu para que tivéssemos vida e ainda hoje se esforça todo o tempo para nos manter longe da dor e da morte. Porque Ele nos ama e quer ver um sorrizão em cada rosto. Então, quando tudo der errado em sua vida, quando suas metas não forem alcançadas e quando você se questionar o porquê de tantas barreiras, tire um tempo maior para dizer a Deus:

"Querido Deus, o quer me ensinar? Pode me dizer, pois estou disposto a aprender."

E desabafe com Ele.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Criticar é pra quem sabe

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Eu tenho lido alguns blogs e fóruns de discussão de várias páginas na internet. E, sinceramente, ao fazê-lo tenho me deprimido com a forma que as pessoas criticam determinados assuntos. Não é pela crítica, pois a crítica é essencial para o desenvolvimento da sociedade. Mas é pelo teor da crítica.

Eu disse que me deprimia, mas não é sempre. Tem vezes em que rio. As vezes até gargalho com as coisas que leio. Recentemente li um blog em que a dona dizia em uma postagem que era muito inteligente, pois não ouvia Restart e as tais "bandas coloridas". Segundo ela, as pessoas que seguem essas bandas são extremamente burras, não sabem falar e blá, blá, blá. E terminava expondo uma lista de bandas de rock pesado que dizia ela ser rock de verdade. Nesta postagem imperavam os palavrões, os erros de português, a agressividade, a intolerância, a falta de respeito e tudo o que é feio para se colocar em um texto. Aí eu pergunto: A dona do blog era mesmo inteligente?

Bem, eu detesto as tais bandas coloridas. Não os integrantes, até porque nem os conheço, mas seus estilos e suas músicas. Em minha opinião elas apresentam pouca criatividade (falam sempre do mesmo tema), os ritmos são muito parecidos, as vozes não são muito potentes, os solos de guitarra são pobres, as introduções são feias, enfim, acho ruim. Mas não é por isso que vou escrever um texto tão ridículo, até porque se eu quero provar que sou mais inteligente, farei algo rebuscado e que cale a boca de qualquer um.

O mais engraçado, porém, ainda estava por vir: Resolvi ver as respostas dos comentários. Aí tinham algumas pessoas defendendo o Restart. Até aí, tudo bem. Cada um defende o que quiser. Mas uma garota me embasbacou. Com inúmeros xingamentos e muita agressividade, ela explicitou todo o seu ódio e chamou a autora da postagem de burra também.

Uffa! Tempo para respirar.

Caramba! Vocês conseguem ver alguma inteligência em tudo o que eu contei agora? Como duas pessoas que não sabem se expressar com educação e respeito podem se julgar inteligentes?! É preciso SABER criticar. Não é qualquer um que pode.

E os argumentos?!

Lixos. Falta de coesão total. Na verdade, eu só via ataques fulminantes de um lado para o outro. Ninguém conseguia se expressar. Me senti no meio de um tiroteio na favela.

E como se não bastasse tudo isso, "a cartada final"!

Ainda criticando a dona do blog, a garota da qual falei, diz: "Vocês são do demônio! Por isso ficam me atacando. Mas eu sou de Jesus!".

Aí meu sorriso se fechou. Fiquei irado.

Tempo para respirar.

Como uma pessoa pode falar: "Sou de Jesus", depois de ter falado um trilhão de idiotices? Não são só os palavrões. É o jeito de falar. São as coisas que falou.

Por que as pessoas insistem em viver uma vida dupla?! Quer ser xulo, agressivo, ignorante, incompreenssivo e preconceituoso? Então, seja! Mas pare de falar no nome de Jesus! Pessoas assim só me envergonham. Enquanto eu tento viver uma vida calma, nutrindo meu cérebro com coisas boas, evitando brigas, me firmando em Jesus, uma pessoa como essa vem destruir a minha reputação, porque age como um brucutu e se diz cristã. Aí depois as pessoas vem me dizer: "Cristãos são todos ignorantes!". Mas EU NÃO SOU!

Tempo para respirar.

Resumindo... Odeio críticas destrutivas, odeio ignorância extrema, odeio falta de educação, odeio falta de respeito e principalmente: Odeio quando usam o nome de Jesus sem nem conhecê-lo.

Ah, talvez você possa achar meu texto um pouco agressivo, mas pelo menos não usei de palavrões, não citei nomes e não assassinei o português com erros grotescos. Meus argumentos são baseados em fatos e eu apenas expresso aqui a minha opinião de forma clara e coesa.

Tenha um bom dia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cansado do mundo

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Eu tô cansado! Tô com "t-ô" mesmo. Cansado do mundo. Cansado de suas farsas, de seus contos, de suas facetas e de seus "bons moços". Nos jornais, aprendemos indecências, nas revistas prevalecem as fofocas. Livros, ninguém quer ler.

A televisão nos ensina a sermos pessoas caridosas, mas ao mesmo tempo nos mostra infidelidade, desrespeito, destruição da família, separações, traições, futilidade e outras tantas burrices que acabam por destruir as mentes em construção e apagar o que restava de bom nos fracos.

E com a cabeça cheia de tanto esterco, não há lugar para a caridade. O egoísmo impera, o próprio prazer está acima de tudo. Combate-se a pedofilia, mas permitem que mais e mais o sexo se torne banalizado. Cria-se tarados sexuais, cria-se loucos por imagens, cria-se pervertidos em toda a maneira de falar.

As críticas construtivas não existem mais. Entre em qualquer sala de comentários de qualquer página de relacionamentos e em qualquer assunto você verá palavrões e pesados xingamentos. Sim, QUALQUER.

Os pais se separam, os jovens bebem, as moças fumam, os playboys matam, as patricinhas esnobam, os porcos sujam, e os velhos entram em depressão. Valores, hoje, são invertidos. O que era errado, agora é certo, e infelizmente o certo virou errado. Família não existe mais, na escola se faz criminosos: os pobres, "favelados"; os ricos, políticos; e os bons, açoitados.

Onde se encontram as moças virgens? E os rapazes puros? Quer dizer que eu tenho que me deitar com uma mulher que já se deitou com tantos outros? Não te passa na cabeça o quão nojento é essa falta de vergonha?

A minha mente já não pode suportar a conversa desse mundo, onde poucos são sábios e muitos são malucos. Loucos que não usam nem metade da inteligência mínima que nos diferencia dos animais. Ai como dói ter que ouvir no ônibus o som desgraçado de uma pessoa rouca cantando meia dúzia de palavras indecentes e tão burras quanto aquele que as coloca pra tocar!Ou como machuca ler as letras de algumas canções americanas que só falam das maiores futilidades humanas!

Não, eu não sou sério e triste, o humor pra mim é arte, mas não posso aceitar a palhaçada que se faz na política, a palhaçada que se faz na saúde, a palhaçada que se faz na escola, na polícia, nas forças armadas, nos jornais, nas revistas, nos bailes, nas raves... O mundo nos faz de burros! Nos mostram a bosta e dizem: "É bom, eu comi, coma também!".

Em vez de parar de perder tempo com besteira, a humanidade se enfia em brigas, contendas, guerras sem fim. Um se mete na vida dos outros, mas ninguém se mete na vida de quem passa fome, frio ou dor. Não há amor. Só há "eu" e "minhas fofocas da tv" e "meu horóscopo da revista" e "minha festa".

Vá para sua festa, se embebede até cair e depois sinta o imenso vazio de não ter feito nada de inteligente durante um longo dia. Alimente seu vício e finja ser feliz. Vá em frente e mate de desgosto aqueles que confiam em você. Mate também seus pulmões com um maldito maço de cigarro. Mate seu cérebro ouvindo as burrices de uma patricinha fútil ou babaquice de seu colega pegador.

Diga: "Eu sou livre". Sinta o gosto de afundar no seu próprio egoísmo. Sim, você é livre de viver mais e melhor. Você é livre de melhorar o mundo. Você é livre de poder conversar de forma inteligente. Seu destino é nunca mais conseguir conversar por mais de cinco minutos. Os imensos vazios do seu cérebro e do seu coração farão de você uma pessoa frustrada e enganada.

Mas deixe que te enganem. É isso que o mundo quer. Eles irão te fazer dançar alegremente na borda de um precipício. E então, te empurrarão, no auge de sua embriaguez. Você cairá e se machucará, porém eles não irão te socorrer. Aí você vislumbrará que o seu egoísmo fez as pessoas verdadeiramente boas se afastarem e dificilmente sairá do buraco.

Eu tô cansado disso. Porque eu vejo todas estas coisas e sei no que dará. É sempre no mesmo buraco que caem os enganados pelo mundo. por mais que avisemos, eles não querem ouvir. Pelo contrário, querem nos levar juntos. Ao negarmos, passamos por retardados, somos criticados, somos assolados.

Sim, eu tô cansado e a única coisa que me faz descansar é Aquele que se rebaixou a um desses tantos assolados e venceu o mundo. Aquele que se deu para que todos nós pudéssemos nos salvar do grande buraco. Sim Ele morreu, mas não foi vencido pela morte e se hoje tenho vida devo ao seu amor.

Não o amor falho que a tv nos mostra. O amor sujo que se troca facilmente. O amor que erra por puro egoísmo e fere a alma e emburrece o homem. Não! O amor de quem falo é o mais perfeito amor que pode haver no universo. E quem aceita VERDADEIRAMENTE esse amor no coração, este sim é livre. Livre dos vícios, livre da futilidade, livre do engano e livre do cansaço.

Então, com sua licença, vou me retirar para descansar Nele. Se você prefere o mundo... Fique lá, mas não tente me puxar. Eu fiz a minha escolha e dela não me desfaço.

Curta o seu buraco.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Literariamente meio triste

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Estou literariamente meio triste. Quer saber o que é isso? Nem eu sei muito bem. Inventei agora.

De qualquer forma, o que quero dizer é que estou chateado com problemas relacionados ao ato de escrever. Não é preciso ser um gênio para saber que escrever é algo que não pode ser feito de qualquer forma. Posso listar três coisas que são essenciais para escrever.

A primeira é a inspiração. Esta, não necessariamente virá em uma hora qualquer. Muitas vezes é necessário você colocar a mão na caneta (ou no teclado do computador) e começar a colocar para fora. O exercício nos inspira. Mas é claro, tem dias que não sairá nada de bom da sua cabeça. Acontece. É a vida.

A segunda se trata de concentração. É impossível fazer qualquer coisa sem ter o mínimo de concentração nela. No caso da escrita, você precisa ter toda a concentração. Porque escrever é fácil para quem sabe, mas escrever bem, são outros quinhentos. Por isso toda a concentração é indispensável.

A terceira é tempo. Isso porque escrever qualquer coisa que seja com um tempo mais curto que o necessário é colocar para fora pensamentos incompletos. Bebês prematuros. E como todos sabem, prematuros têm mais chances de não se desenvolverem bem, posteriormente.

Há ainda uma quarta coisa que eu não coloquei na lista porque ela é a base das três. Sem ela é bem capaz de você não ter nenhuma delas. Esta quarta coisa é o lugar. O lugar que você tem para escrever vai determinar quanto tempo você vai poder se dedicar a isto, vai definir o seu nível de concentração e fatalmente a sua inspiração.

Pois bem...

Esses quatro ítens representam os meus problemas literários. E por isso tenho sido privado de utilizar toda a minha habilidade bem como sentir o imenso prazer de escrever. Com tudo isso eu tenho vontade de escrever, mas ao sentar eu me sinto cansado e sem ideias.

Espero entrar de férias logo, arrumar um lugar mais tranquilo para escrever e poder me dedicar a esta arte que me faz tão bem.

sábado, 11 de setembro de 2010

O Problema do Brasil

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Começou há algum tempo as eleições 2010. Serão eleitos deputados federais e estaduais, senadores (neste ano, dois), governadores para cada estado e o presidente.

Vemos, então, tudo começar de novo. As mesmas propostas, as mesmas intrigas, os mesmos ataques, a mesma palhaçada... Os grandes mentem descaradamente e os pequenos fazem verdadeiros programas humorísticos nos poucos segundos que recebem na televisão.

O final todo mundo já sabe também. Os grandes são eleitos, o povo se enche mais uma vez de uma inútil esperança e os pequenos candidatos voltam para as suas casas, pensando na próxima palhaçada que farão nas outras eleições. Muda-se apenas o cargo dos candidatos que já estavam no poder, mas o governo continua o mesmo e o país não muda.

E sabe por que não muda nada? Porque o problema do Brasil e seus estados não é saúde, nem violência, nem educação, nem desemprego e muito menos perigo de crises econômicas. O grande e único problema do país é a corrupção. Ela está encravada em todos os meios imagináveis e inimagináveis.

Portanto, não adianta ver candidatos falarem que vão criar “UPAs”, “UPPs”, “Fomes Zeros”, “PACs” e sei lá o que mais. Também não adianta me dizerem que o Brasil cresceu tantos por cento e blá, blá, blá.

Tudo isso é bom? É sim. Tudo isso é importante? É sim. Mas enquanto houver corrupção, os policiais vão continuar compactuando com traficantes, os presídios continuarão tendo celulares para os chefes do tráfico, as escolas continuarão formando alunos analfabetos funcionais, os meninos continuarão afundando nas drogas, os hospitais continuarão sem equipamentos e os deputados (e também vereadores e prefeitos) continuarão a usar o nosso dinheiro para divertimento próprio.

Aí eu pergunto: Os bons projetos do governo, dos quais falei no outro parágrafo, adiantaram de alguma coisa? Adianta alguma coisa crescer economicamente, se todo o dinheiro vai para os bolsos dos políticos, que recebem 20 mil por mês, enquanto há pessoas que recebem um mísero salário mínimo de 490 reais? Adianta ter UPPs, se a gente sabe que os criminosos vão voltar?

Não, amigo. Não adianta. E o Brasil nunca vai mudar com estes bons projetos. O que o nosso país realmente precisa é de pessoas (e digo pessoas porque não adianta jogar esse trabalho nas costas de um ou dois) que fiscalizem, julguem e penalizem todos aqueles que nos fazem de idiota, se metendo em corrupções. Precisamos de pessoas que imponham o respeito, que acabem com impunidade e que organizem todo o sistema governamental. É disso que precisamos.

Então, amigo, não vote em pessoas de bons projetos. Vote em pessoas que acabarão com a corrupção. E se caso, elas entrarem, e não mudarem nada, vá para praça protestar. Imagine que todo o povo se mobilizasse para tal? Assim como se faz quando há jogo da Seleção Brasileira ou do seu time querido. O Brasil inteirinho se mobilizando. Pressionando. Sem violência. Apenas "quebrando" toda a economia e o dia-a-dia das cidades. Será que não haveriam mudanças? Pense nisso. Você é um cidadão, e cabe a você, decidir o que é melhor para o seu país.

domingo, 18 de julho de 2010

Eu, Escritor

3 comentários:
Sempre gostei de escrever. Quando eu era pequeno, costumava a criar histórias e adorava quando os professores me pediam para fazer redação. Eram nessas horas que podia colocar toda minha criatividade e imaginação no papel. Talvez por esta causa eu não gostasse que me dessem temas. Eu queria fazer meu próprio tema. Queria ser livre e escrever o que viesse em minha mente.

Entretanto, com toda essa imaginação e sede de colocar algo no papel, eu possuía alguns problemas literariamente sérios. O primeiro, muito comum era oposição entre querer escrever um livro e não conseguir sair da segunda página. Não foram poucas as vezes em que pus a mão no lápis, separei um bloquinho de papel e não consegui sair da introdução. O velho problema de milhões de ideias e nenhuma expressão. Eu tinha o começo e o fim, mas não havia desenvolvimento.

O segundo problema, mais sério que o primeiro também me era muito contraditório. Vejam vocês, eu que adorava escrever, não tinha o hábito de ler. Pegar um livro para mim já não era fácil. Terminar um livro era quase impossível. Eu não tinha interesse, nem concentração e enfim, mas uma vez eu caia no problema de não conseguir prosseguir em nada que eu começasse.

Outros problemas como falta de experiência, falta de vocabulário e repetições desnecessárias de palavras no texto se mostravam menos graves e compreensíveis, já que eu não tinha nem dez anos. O que eu não sabia era que todos os meus problemas poderiam ser consertados com apenas duas atitudes: Habituar-me a ler e prosseguir escrevendo a todo o custo.

Foi com dez anos, então, que meu quadro começou a mudar. A minha mãe me contou a história de um homem chamado Robson Crusoé. Um náufrago que viveu anos em uma ilha e tal e tal. A história me interessou tanto que na mesma semana passei na biblioteca da escola e procurei o livro desta. Por sorte encontrei. Ao abrir aquele livro, eu não sabia, mas abria uma nova vida.

O suspense do livro, a vontade de saber o que iria ocorrer, a aventura, o mistério, tudo me fez prosseguir. Ao terminar aquele livro a minha mente se abriu em várias partes. Partes que queriam saber mais. Viajar pelo mundo das letras que carregavam suspense e aventura, mistério e ação. A biblioteca virou minha segunda casa. Em um ano, eu que não lia, li vinte livros. Quase dois por mês.

E minha mente não parou de se expandir. Ganhei um pouco mais de vocabulário, passei a escrever melhor e minha sensibilidade se desenvolveu. De início foram só mistérios, mas logo vieram os romances, os livros sociais e por fim o livro que deu o ponta pé inicial para que eu começasse uma transformação para escritor: A Bíblia.

Um livro que para muitos significa apenas um punhado de histórias antigas e complicadas, mostrou-me um vestígio de sua sabedoria. Chamou-me a atenção, primeiramente a verdadeira poesia apresentada no primeiro capítulo do Evangelho de João, em que Jesus é apresentado como o verbo. O verbo, que é o centro das orações, a palavra que define todos os mecanismos de um período.

Quis usar aquele verbo, o mais importante verbo e conjugá-lo em minha vida. Tomei, mais uma vez a caneta e com meu bloquinho me pus a escrever, aglutinando as diferentes visões, porém únicas, dos quatro evangelistas da Bíblia Sagrada. E como me impressionei com a tamanha sabedoria que Jesus utilizava em sua vida! Pessoa simples, mas que falava e agia como ninguém. Jamais vi alguém que pudesse discutir com tanta calma, sem o uso de palavras torpes e com certeza de tudo o que dizia. Um homem que mostrava sabedoria com a mesma facilidade que qualquer homem mostraria sua insensatez.

E me apaixonei por aquele maravilhoso amor, capaz de perdoar meretrizes e assassinos, por ver que seus corações estavam cheios de arrependimento sincero. Sim, eu já era cristão. Eu e minha família. Mas foi ali que realmente comecei a descobrir quem era o Jesus de quem tanto me falavam, porém eu conhecia superficialmente. E cada palavra que eu lia e escrevia, me tornava mais apto para me expressar.

O verbo se fez texto em meu viver. A oração me levou para mais perto de Deus. Aquele período simples tornou minha vida composta de palavras. Palavras que me foram ponte para crescer cada vez mais.

O livro terminou. Não era nenhuma grande obra. Nem mesmo continha as minhas palavras. Era mais uma monografia infantil sobre os evangelhos. Não houve estilo meu naquele livro. Eu não tinha estilo. Mas o meu estilo se formou ali, no fim daquele livro.

Entremeando a Bíblia e os livros de mistérios que não me deixavam parar de ler ganhei minhas primeiras fontes firmes de expressão: Poesias e textos. Era o que eu sabia fazer. Assim, fui ganhando o reconhecimento dos que estavam a minha volta e a frase: “Você vai ser escritor” chegou com mais frequência aos meus ouvidos.

Com treze anos, a conquista. Conquista de quê? A conquista do meu próprio reconhecimento. Por mais que eu gostasse de escrever a minha alma gritava: “Tu não terminas o que fazes!”. Claro que não há problema em um adolescente de treze anos não conseguir escrever um livro próprio. Disso eu sabia. Mas quando eu contava todo o estoque de ideias inacabadas a pergunta me atingia como uma bala de fuzil. Eu não me considerava um escritor. Contudo, o projeto que eu carregava há uns dois anos, tendo mudado o enredo mais de quinze vezes, nunca saindo da introdução, foi colocado no papel de uma maneira diferente. Busquei a ideia inicial e prossegui, sem me importar se estava bom ou não. O desafio era passar da segunda página. E também retomei outro, ainda mais antigo, do qual eu nem me lembrava mais. O resultado? Dois livros prontos e a felicidade saber que sim, eu era um escritor.

E os evangelhos? Bem. Ainda fazem parte dos meus projetos. A mesma coisa que fiz quando ainda não tinha estilo, farei, mas incrementado, literário e romântico. Sim, um romance. Sem nada modificar, a história de Jesus é um romance. O romance que modificou a minha vida. Um romance real.

E quanto ao meu estilo? Meu estilo é diverso. Tudo o que li desde que descobri a leitura, formou o meu estilo. Tudo o que li, tudo o que vi, tudo o que senti. E não só os livros, mas o mundo em si. Porque o sábio tira proveito de tudo. Um filme, uma música, um clipe, uma história, um fato, um desenho, uma imagem, uma tela, um quadro, um quarto bagunçado... E é nessa união das pequenas coisas que podemos, então, pôr para fora algo que de alguma forma contribua para a vida das pessoas e nos faça mais felizes.

Escrevo mistérios e suspenses, aventuras e ação, romances e ficção. Escrevo e misturo tudo. Faço rir, faço chorar, emociono, mostro os sentimentos, faço o real. Pelo menos tento. Pois o bom é poder ver alguém se identificando com um personagem que durante horas e horas afim você se dedicou a criar. Um personagem que passa a fazer parte da vida da pessoa e lhe ajuda a enfrentar o problema que os une. Isso é o que faz um autor feliz.

E Deus está lá, em cada capítulo, em cada parágrafo, em cada linha. Então, minha literatura é cristã? Não. Minha literatura é diversa. Meu estilo é diverso. Qualquer um pode ler e retirar algo que lhe faça bem. Mas Deus está lá. Sempre estará.

Sou sábio? Não sei se sou. Acho que sim. Mas o que sei é que todo sábio sabe que nada sabe perto do que existe para saber. Pergunte a um sábio de oitenta anos se há algo que ele necessite aprender. Ele responderá: “Sim. Sempre haverá”. É assim que eu também julgo. Há muito que aprender e a cada dia devo buscar ser melhor. Não melhor do que alguém. Isso não é uma disputa. Mas ser melhor hoje do que fui, no dia de ontem. Aí está a sabedoria e também é isso que me faz feliz.

Relembro um lance da vida, há muito passado. O autógrafo que recebi de um autor no lançamento de seu livro. Seu nome era André Pereira, lançando o livro infantil A Independência do Brasil. Eu, pequeno, cursando a terceira série, esperava impaciente na enorme fila indiana de estudantes. Chegando a minha vez, o escritor me olhou. Algo nele me fez achar que eu já lhe conhecia, porém não sabia de onde. Sorriu e perguntou:

- Qual é o seu nome, amigo?

- Davi. – Respondi, devolvendo o sorriso.

Ele abaixou a cabeça e ditando o que ia escrever, assinou com caneta preta a dedicatória que anos depois reparei no sentido de sua mensagem. A dedicatória dizia:

“Davi, o outro Davi foi profeta. E você? O que será?”, e terminava com “O amigo André Pereira”.

A pergunta ressoou na minha mente sem muito vigor. Como uma criança de oito anos ia saber o que seria? E passada a euforia de ganhar um autógrafo, eu esqueci a dedicatória em um canto do meu quarto. Oito anos depois deparei-me com a lembrança e a pergunta voltou a ressoar em minha mente. “E você? O que será?”. Mas desta vez eu tinha a resposta. Sorri e expressei com gratidão:

- Escritor. Eu serei um escritor.