terça-feira, 31 de julho de 2012

Um pouquinho sobre os Adventistas do Sétimo Dia

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Todas as doutrinas adventistas são baseadas na Bíblia Sagrada que, para nós, é a única regra de fé e prática. Esta pequena postagem tem como objetivo mostrar como as principais doutrinas adventistas estão fundamentadas na Palavra de Deus. Trata-se de um resumo, é verdade, mas está bem explicado e fácil de entender. Dúvidas mais específicas e aprofundadas serão respondidas em outras postagens.


(1) Por que os adventistas do sétimo dia guardam o sábado?



O sábado foi o dia escolhido por Deus para que o homem cessasse seus trabalhos seculares e se dedicasse a Deus, à família e ao próximo (Êxodo 20:8-11). O objetivo é que cada ser humano possa descansar fisicamente, mentalmente e espiritualmente, além de poder ser descanso para o seu próximo também. Por esse motivo é que Jesus insistia que o sábado não era um dia de descaso, mas de descanso. Por isso, era permitido fazer o bem. Um mandamento que nos impedisse de sermos bons, não seria um bom manda-mento, por certo.



Muitos cristãos sinceros acreditam que Jesus Cristo aboliu o sábado após morrer na cruz. Essas pessoas se dividem em dois grupos. Um grupo acredita que não existe mais um dia específico para se guardar. Já outro grupo acredita que esse dia de guarda ainda existe, mas que ele deixou de ser o sábado e passou a ser o domingo, em função da ressurreição de Cristo ter ocorrido no domingo.



Mas a Bíblia mostra que os dois grupos estão errados. Em primeiro lugar, porque não há nenhuma passagem do Novo Testamento que afirme que Jesus aboliu a guarda do sétimo dia semana. A única passagem do Novo Testamento que parece indicar que os sábados foram abolidos (Colossenses 2:16-17), na realidade, se refere a feriados religiosos (que também eram chamados de sábados pelos judeus – ler Levítico 23:26-32 e 37-38, por exemplo), conforme o contexto deixa muito claro.



Em segundo lugar, no que diz respeito à santidade do primeiro dia da semana, a Novo Testamento simplesmente não diz nada. Existem 8 passagens que falam sobre o primeiro dia da semana no Novo Testamento. Nenhuma delas afirma que esse dia ficou no lugar do sábado.



Em terceiro lugar, o simples fato de Jesus ter ressuscitado no domingo, não é uma prova de que o domingo passou a ser o dia de guarda. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Prova, por assim dizer, seria se Jesus dissesse: “Como eu ressuscitei no domingo, agora quero que guardem o domingo, em lugar do sábado”. Mas Jesus jamais disse isso na Bíblia.



Portanto, não há nada que indique que o sábado foi abolido. E ao contrário do que se pensa o sábado não é um fardo. Os fariseus o tinham tornado um fardo, com tradições que não se encontravam nas escrituras. Mas quando Jesus veio, mostrou como que se deve guardá-lo de maneira a satisfazer o ser humano (ler com atenção os textos de Marcos 2:27-28; Mateus 12:9-14).



(2) Por que os adventistas do sétimo dia enfatizam tanto o cumprimento da lei, se não vivemos mais debaixo da lei e sim debaixo da graça de Jesus?



Os adventistas concordam que a lei não tem poder para perdoar, nem para salvar e nem para purificar uma pessoa. Jesus Cristo é o único capaz de nos perdoar perante o Pai, nos salvar da morte eterna e nos purificar através do Espírito Santo. Ele é capaz disso porque se tornou homem como nós, mas sem pecado, e se sacrificou para que nós tivéssemos vida por meio dele. Isso é básico para nós.



Agora, isso não significa que a lei não tem sua função. Conforme Paulo afirma em Romanos 3:20, a lei tem o objetivo de nos mostrar o que é certo e o que é errado. Ou seja, ela é um padrão de conduta. Isso é tão claro no Novo Testamento que o apóstolo João afirma que “o pecado é a transgressão da lei” (João 3:4). Então, ainda há uma lei que deve ser seguida; e quando não a seguimos, estamos pecando.



É claro que as leis civis e as leis cerimoniais contidas na Bíblia não precisam mais ser seguidas porque foram dadas para contextos específicos. As leis civis do Velho Testamento eram leis feitas para o funcionamento de Israel como nação, obedecendo o contexto histórico-cultural. Em nosso contexto, seguimos as leis civis de nosso país e de seus estados membros. As leis cerimoniais eram os rituais judaicos que simbolizavam o sacrifício de Jesus ou a antiga aliança e que, obviamente, se tornaram obsoletos quando Jesus operou o seu sacrifício santo. Mas as leis morais (os 10 mandamentos) continuam de pé. Tiago confirma isso em Tiago 2:8-12. Paulo confirma isso em Romanos 7:7-14 e em Romanos 13:8-10. Jesus confirma isso em Lucas 17:19-20, em Mateus 24:20-21 e em Mateus 5:17-20. 



Assim, quando enfatizamos que existe uma lei, não estamos querendo dizer que essa lei perdoa, salva ou purifica. Isso quem faz é Jesus. A lei apenas diz o que é certo e o que é errado.



Vamos a um exemplo. Digamos que eu pratique um furto. Por que eu sei que o ato de furtar é errado? Porque existe uma lei nos 10 mandamentos que deixa claro que eu não devo furtar. Por isso, eu sei que furtar não é do agrado de Deus. Agora, só o fato de eu saber disso é o suficiente para que eu seja perdoado, salvo e purificado? Não! Para que isso aconteça, eu preciso de Jesus. Eu preciso crer que Jesus morreu por mim para que eu fosse salvo. Eu preciso confessar a Jesus o meu pecado. Eu preciso aceitar que o Espírito Santo trabalhe em mim para que eu me afaste desse pecado.



E quanto à graça? A graça é justamente o fato de que quando eu peco, tenho a condição de ser perdoado por Jesus Cristo. Se existisse apenas a lei, eu jamais poderia ser perdoado, salvo e purificado. Isso é graça. E é uma dádiva imerecida, pois o salário do pecado é a morte, mas se simplesmente confessamos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.



(3) Por que os adventistas do sétimo dia insistem em manter a dieta do Antigo Testamento que Deus havia ordenado aos judeus?



Os adventistas crêem que tudo o que temos é de Deus e que por isso devemos cuidar bem do que temos. A isso chamamos de mordomia. Através da mordomia nós somos convidados a cuidar bem do nosso tempo, do nosso dinheiro, da nossa saúde, do nosso intelecto; tudo isso sempre como uma forma de agradecimento e serviço a Deus, que nos dá todas essas coisas.



Afora isso, a Bíblia deixa bem claro que nós, cristãos, somos o povo escolhido de Deus, raça eleita, além de “o Israel espiritual de Deus”. Sendo assim, é necessário que o cristão seja realmente diferente dos não-cristãos, tal como os judeus deveriam ser diferentes dos povos pagãos.



Tudo isso corrobora para que os adventistas entendam que também devemos ter um cuidado diferente com a saúde. Mas isso não é tudo. O Novo Testamento ainda vai mais longe que o Antigo na questão da nossa santidade, dizendo que o nosso corpo é templo do Espírito Santo (I Coríntios 6:19-20) e que nós devemos manter nossos corpos íntegros (I Tessalonicenses 5:23). Tais coisas não se referem só à pureza sexual, mas a tudo o que se relaciona ao seu corpo; porque todo o nosso corpo é propriedade de Deus, já que ele nos criou, ele nos comprou com o seu sangue e ele habita dentro de nós.



Como se esses motivos não bastassem, ainda é bom ressaltar que não há nenhum lugar no Novo Testamento que indique que as leis de saúde foram abolidas. O que há são passagens mal interpretadas. Por exemplo, a passagem em que Pedro tem um sonho com os animais puros e impuros juntos é muito usada para dizer que as leis de saúde perderam o vigor. Mas a própria passagem deixa claro que o sonho era uma metáfora para uma verdade maior, a saber, que Pedro deveria pregar também para os gentios, pois em Cristo não “há judeu, nem grego”, todos são iguais. Ou seja, o contexto da passagem não tinha nada a ver com leis de saúde, mas com a pregação do evangelho.



Agora, é claro que a igreja adventista não impõe como mandamento aquilo que a Bíblia não diz. Por isso, você não vai ver um adventista sóbrio dizendo que é lei você não comer produtos com agrotóxicos, ou que é lei não beber refrigerante. Essas coisas, embora sejam importantes para a saúde, por não se encontrarem na Bíblia (obviamente), são apenas práticas aconselháveis, mas não impostas pelos adventistas.



Por fim, quando as leis de saúde são seguidas pelo cristão, elas aumentam a sua expectativa e qualidade de vida. Isso é positivo para ele e importante para que Deus possa abençoá-lo. Alguém que não cuida de sua saúde, por exemplo, dificilmente será abençoado com longevidade, boa saúde e cura de doenças. Deus muito faz por nós, mas jamais irá fazer aquilo que nós mesmos precisamos fazer.



(4) Por que os adventistas do sétimo dia não acreditam na imortalidade da alma humana?



Nós, adventistas, não acreditamos na imortalidade da alma porque a Bíblia não sustenta essa doutrina. A Bíblia deixa claro que o homem foi feito a partir da união do barro com fôlego de Deus (Gênesis 2:7 e Gênesis 3:19). Quando essa união é desfeita a pessoa deixa de existir e a sua consciência fica desativada até o dia da ressurreição dos mortos. Isso é enfatizado em diversas passagens como Salmos 146:3-4; Salmo 17:15 Salmo 6:4-5; Salmo 115:17-18; Eclesiastes 3:18-20; Eclesiastes 9:5-6 e 10; Eclesiastes 12:1-7; Isaías 38:18-19; Daniel 12:2; Lucas 8:49-55; Atos 2:25-35; I Coríntios 15:20-26; I Coríntios 15:50-54; I Tessalonicenses 4:13-17; I Timóteo 6:13-16; Hebreus 9:27-28; Apocalipse 20:4-6 e etc.



Com relação às passagens que supostamente provam que o ser humano possui uma parte imaterial que continua viva após a morte do corpo, elas são mal interpretadas e, ainda que não fossem, não afirmam enfaticamente que a alma é imortal. Ora, como se trata de uma doutrina importante seria esperado que a Bíblia dissesse enfaticamente que a alma é imortal, caso ela realmente fosse. Mas o que a Bíblia afirma enfaticamente é que um dia Jesus vai voltar e vai ressuscitar todos os mortos. É nesse dia que aqueles que aceitaram Jesus se tornarão imortais.



(5) Por que os adventistas do sétimo dia não acreditam na existência de um inferno eterno?



A idéia de que Deus preparou um lugar de fogo que queimará eternamente as almas pecadoras não advém da Bíblia. Ela é fruto de (1) crenças das religiões pagãs somadas a (2) más interpretações de passagens bíblicas.



Com relação às passagens bíblicas é necessário começar dizendo que a palavra inferno não existe nos idiomas oficiais em que a Bíblia foi escrita. Ela provém da palavra latina “inferum”, que quer dizer “mundo inferior”; e é utilizada no lugar de três palavras bíblicas oficiais: Sheol, Hades e Geena.



Sheol é uma palavra hebraica e significa literalmente sepulcro, sepultura, lugar inferior. Hades é uma palavra grega e significa a mesma coisa. Quanto à Geena, este era um vale localizado em Jerusalém onde o povo jogava lixo e restos de animais. Por causa do vasto material orgânico que lá havia, o lugar vivia pegando fogo.



Então, todas as vezes que lemos a palavra “inferno” na Bíblia, o texto original se referia ou à sepultura ou à Geena. Até aqui, portanto, nada que indique a existência de um lugar onde os homens vão queimar para sempre.



No caso de Geena, Jesus utilizou essa palavra como metáfora para indicar o que aconteceria com os ímpios. Na época, corpos de criminosos eram jogados no vale de Geena e incinerados. Assim, Jesus queria indicar que o ímpio também seria incinerado no último dia. Isso nem de longe indica que o ímpio queimará eternamente até porque, se o fogo consome algo, um dia esse algo terminará de ser consumido. É lógico. 



Com relação a expressões como “fogo eterno”, “fogo inextinguível”, “queimar pelos séculos dos séculos” e etc., todas elas, no grego, apresentam o mesmo radical, a saber, aión (eterno). E a palavra aión tem um sentido que vai pode diferir dependendo de a quem ou ao quê ela é aplicada. Por exemplo, se aplico a palavra aión à existência de Deus, isso significa que Deus nunca morrerá. Agora, se aplico essa palavra à queima de palha do meu celeiro, isso significa que a palha queimará “eternamente” enquanto houver palha para queimar.



Em outras palavras, se algo não é eterno por natureza, não pode queimar para sempre. Queimará até onde existir. A expressão é utilizada dessa maneira para mostrar o caráter da punição do ímpio. Ela não é uma espécie de purgatório, no qual o ímpio queimará um pouco e depois poderá ir para o céu. Não. Ele queimará “eternamente” sem que nada atrapalhe essa queima. E quando essa queima acabar, o ímpio não existirá nunca mais. Não haverá volta.



(6) Os adventistas do sétimo dia acreditam na Trindade?



Com certeza. Nós acreditamos na Trindade porque a Bíblia é muito clara a este respeito, mostrando que Jesus é um com o Pai e com o Espírito Santo, e que os três são iguais em essência, poder e existência; pois formam o mesmo Deus.



Infelizmente muitos cristãos nos associam às Testemunhas de Jeová. Mas isso pode ser facilmente refutado através das 28 crenças fundamentais adventistas, que é um documento no qual mostramos as principais doutrinas bíblicas em que cremos; ou então através dos livros da escritora Ellen White, uma mulher extremamente importante no desenvolvimento da igreja adventista do sétimo dia. Nesses locais é possível averiguar que a igreja adventista crê plenamente na Trindade.



(7) Os adventistas se guiam pelos livros de Ellen White?



Definitivamente não. A igreja adventista crê que apenas na Bíblia está a Palavra de Deus. Por conseguinte, tudo o que qualquer pessoa fale deve estar de acordo com o que está escrito na Bíblia. Se não estiver, não será seguido.



A senhora Ellen White foi uma peça importante no desenvolvimento da igreja adventista, pois era uma cristã fervorosa e que, ao longo de sua vida, recebeu visões por parte de Deus. Não obstante, isso não faz dela a mulher mais perfeita que já existiu e muito menos alguém que deva ser adorada. Ela foi simplesmente um ser humano como nós. E seus escritos só são de serventia para os adventistas porque estão todos baseados na Palavra de Deus (a Bíblia). Não fosse assim, seriam renegados.