Resolvi consultar a palavra “cavalheiro” em um dicionário de Língua
Portuguesa, a fim de escrever um texto sobre o assunto. Segundo o
conceituado dicionário Aurélio, cavalheiro é um “homem de sentimentos e
ações nobres” ou ainda um “homem de educação esmerada”. Para entender
mais a fundo, resolvi procurar pelos vocábulos “nobre” e “esmerada”.
Nobre, para os fins de nossa reflexão, quer dizer “elevado, sublime,
generoso”. E esmerada é uma qualidade de quem tem esmero, que significa
“cuidado especial em um serviço”.
Deste modo, entendi que um
genuíno cavalheiro é o homem de sentimentos e ações elevadas, sublimes e
generosas e que cultiva a educação com cuidado especial.
Contudo, não fiquei satisfeito. Afinal, ainda há uma palavra em nossa definição
que precisa ser mais bem compreendida. Trata-se de “educação”. O que
isso significa? Resolvi procurá-la também e me deparei com o seguinte:
“Processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral
do ser humano” e ainda “civilidade, polidez”. O termo “civilidade”, por
sua vez, significa “conjunto de formalidades observadas pelos cidadãos
entre si em sinal de respeito mútuo e consideração”. E a palavra
“polidez” é relativa a ser “atencioso e cortês”. “Cortês”, de cortesia,
significa ser “delicado e amável”.
Tendo essas definições em
mãos, compreendi que um genuíno cavalheiro é o homem de sentimentos e
ações elevadas, sublimes e generosas que cultiva em si mesmo, com
cuidado especial, o desenvolvimento das capacidades física, mental e
moral, e observa com apreço o respeito mútuo e a consideração pelo
próximo, buscando ser atencioso, cortês, delicado e amável. Em inglês,
este é o “gentleman”, o homem gentil.
Ser cavalheiro
evidentemente ultrapassa o limite da cordialidade para com a mulher. As
virtudes de um cavalheiro devem estender-se para todos os indivíduos a
volta, o que inclui outros homens. Contudo, o cavalheirismo geralmente é
relacionado ao tratamento dispensado ao sexo feminino. Por que isso
ocorre? É simples. A mulher, como gênero, apresenta um conjunto de
inerências biológicas (geralmente refletidas em cada uma delas) que as
fazem mais emotivas, delicadas, amáveis, carinhosas, sensíveis,
detalhistas, perfeccionistas, caridosas e, no nível físico, frágeis. O
homem, por sua vez, tende a ser mais bruto, insensível, desatento a
detalhes e, no nível físico, mais forte. Em um mundo perfeito, essas
diferenças não gerariam problemas, mas complementação. A verdade é que
homens e mulheres foram projetados para se complementarem. Daí a maioria
dos indivíduos sentir vontade de se casar. Isso transcende o simples
instinto sexual, pois o casamento não é a união sexual apenas, mas a
união de duas individualidades da forma mais completa que existe.
Não obstante, em um mundo que se tornou imperfeito, essas diferenças
entre homens e mulheres tendem a ser corrompidas pela imperfeição
natural. E, ao dar vazão a essa corrupção, a espécie humana obviamente
criar um cenário no qual o gênero mais forte e bruto procura dominar
sobre o gênero mais frágil e delicado. Pois é essa a tendência que
domina o nosso mundo há séculos. E é por isso que o cavalheirismo é mais
identificado com o tratamento do homem às mulheres.
É mais fácil
ser cordial e atencioso com quem pode falar grosso com você e
cortar-lhe a cabeça com um machado, do que com alguém que não representa
qualquer perigo ou temor para a sua integridade física e psicológica.
Desta forma, o homem que escolhe ser cavalheiro com as mulheres
demonstra um nível muito maior de cavalheirismo, pois neutraliza sua
brutalidade e força, buscando ser mais sensível e detalhista para com
alguém frágil, que não lhe oferece riscos ou temor.
Contudo,
mais cavalheiro ainda é o homem que escolhe ser cavalheiro para com as
mulheres que compõem a sua vida, isto é, sua mãe, sua esposa (ou
pretendida) e suas filhas. Para ser mais exato, este é o verdadeiro
cavalheiro, o cavalheiro pleno, o gentleman real. Porque é fácil ser
cavalheiro apenas na frente da sociedade, para manter a boa aparência ou
para conseguir uma esposa. Mas tal como a bondade inquestionável é
aquela que ocorre quando a sociedade não está vendo, o cavalheirismo
inquestionável é aquele que ocorre quando dentro de casa, dentro da
família. O homem que é cavalheiro com sua mãe, sua esposa e suas filhas,
este entendeu o que realmente é cavalheirismo.
Mas até agora só
falamos do tratamento do cavalheiro para com os demais. Há ainda um
aspecto muito importante do cavalheirismo que não deve ser esquecido: o
tratamento de si mesmo. O ser humano foi constituído com incríveis
potencialidades. Potencialidade são dons, aptidões e capacidades que
podem ser desenvolvidas, isto é, podem se tornar realidades. Isso não
apenas se refere ao indivíduo e seus dons naturais, mas a espécie humana
como um todo e suas capacidades gerais. A questão aqui tem a ver com
educação no sentido já mencionado de buscar desenvolver suas áreas
física, mental e espiritual.
O cavalheiro pleno é o homem que
entende que seu ser é uma obra maravilhosa da qual ele necessita cuidar
bem. Não apenas por amor a si mesmo, e a quem ele crê que a possibilitou
existir (algo que o ateu não tem como fazer), mas a todos os que estão a
sua volta, a começar por seus pais, depois seus irmãos, sua família,
seus amigos, sua esposa, seus filhos e toda a sociedade. O cavalheiro
entende que a elevação de suas virtudes não diz respeito apenas à
satisfação própria, mas à satisfação e o bem-estar de todas as pessoas a
sua volta. Porque tudo o que nós somos influencia e afeta de alguma
forma o nosso círculo de pessoas. E tudo o que influencia e afeta nosso
círculo de pessoas, afeta e influencia outros círculos. De modo que
quando um homem escolhe ser cavalheiro, sua postura pode vir a afetar
pessoas das quais ele jamais conhecerá ou ouvirá falar em sua vida.
O cavalheiro pleno, portanto, deve procurar constantemente por
educação. Ele deve se importar com a boa saúde física, abstendo-se de fumo e
bebidas e fazendo exercícios; ele deve buscar conhecimento, ter um bom
vocabulário, saber se expressar, adquirir cultura, ser capaz de
conversar com todo o tipo de pessoas, ter humildade para aprender,
paciência para ensinar, ânimo para continuar descobrindo,; valorizar os
estudos, amar a leitura, aprender a cozinhar, , aprimorar seus dons; ser
justo, amigável, se importar com os mais fracos, respeitar aos mais
velhos, usar palavras nobres, responder com amabilidade, pensar no que é
puro e reto, não se deixar levar pelos seus instintos naturais vis,
estar sempre pronto a reconhecer seus erros,ser intolerante com a
maldade, cultivar a fidelidade e a lealdade e saber colocar-se no lugar
dos outros antes de julgar ou de fazer algo.
Finalmente, ser
cavalheiro não é algo que se conquista uma vez na vida, como um cargo
militar ou uma competição esportiva em determinado ano. Não,
cavalheirismo é algo que devemos conquistar todos os dias. Ser
cavalheiro é esforçar-se constantemente para ser cada dia melhor. A
constância nesse esforço conta muito para ser chamado de cavalheiro. A
perfeição, infelizmente, não é algo que se possa alcançar nesta terra.
Mas para quem é imperfeito, perfeição é não traçar limites para seu
desenvolvimento pessoal.
Termino esta postagem com um vídeo muito belo enviado por um amigo, o Darlan.
Ele é um cavalheiro que certa vez me pediu para eu escrever algo sobre o
cavalheirismo. O vídeo que ele me enviou, inspirou-me para produzir
este texto hoje. Segue, portanto, o vídeo. Que os leitores possam tirar
suas conclusões.
Cavalheirismo é a parte do machismo que as mulheres gostam.
ResponderExcluirDireitos iguais !
Os feminismos são deturpações das damices (damismos) e das feminilidades, da mesma forma que os machismos são deturpações das cavalheirices (cavalheirismos) e das masculinidades. Eles são ideologias antibíblicas, inconstitucionais e malignas. Segundo os dicionários dizem, "CAVALHEIRICE" ou "CAVALHEIRISMO" significam "educações, gentilezas ou nobrezas masculinas" e "DAMICE" ou "DAMISMO" significam "educações, gentilezas ou nobrezas femininas". Então, lutemos por nossos direitos constitucionais, pois sem eles sequer não seremos ninguéns perante os Estados.
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