sábado, 8 de junho de 2013

A questão do casamento gay

Uma amiga e leitora assídua do meu blog me pediu que eu escrevesse algo sobre a questão do casamento gay. Em outras palavras, ela deseja saber se eu sou contra ou a favor e por que. Confesso que devo ter adiado o pedido por mais de um mês, pensando em como eu iria começar esse texto. Hoje acabei tendo uma idéia. Já que sou de direita e escrevo sobre filosofia política, vou começar o texto mostrando qual é a posição da direita a respeito. Ao término, darei meu ponto de vista. 

Em geral, pensa-se que a direita é contrária ao casamento gay. Não, eu não falo dos direitistas, isto é, as pessoas que compõem a direita. Falo da direita mesmo, como posicionamento político. O senso comum crê que tal posicionamento é, em sua essência, tradicionalista e conservador no âmbito da moral. Assim sendo, o casamento de pessoas do mesmo sexo certamente seria contrário ao ideal da direita. Este é o senso comum. 

Contudo, a coisa não é tão simples assim. Nós poderíamos falar de muitas idéias que são unânimes dentro do verdadeiro pensamento da direita, como o individualismo, o ideal de um governo limitado e pequeno, baixos impostos, o federalismo, o incentivo à iniciativa privada, a rigidez das leis e etc. Tais idéias fazem parte do posicionamento original da direita. Se alguém não concorda com nada disso, não pode ser considerado um direitista. 

Agora, a questão do casamento gay é uma daquelas questões que simplesmente não apresenta resposta dentro do pensamento de direita. Ou seja, o simples fato de ser direitista não define se você será contra ou a favor do casamento gay. O leitor deve estar perguntando: “Mas como assim? A direita não é conservadora?”. A resposta é: “Não exatamente”. 

O pensamento de direita, como já escrevi em muitas postagens, surgiu a partir da união de duas mentalidades ou ideologias: o liberalismo clássico e o conservadorismo anglo-americano. A primeira estabelece como doutrina básica o individualismo. Para o liberalismo clássico, a liberdade do indivíduo deve ser respeitada e levada em conta ao máximo possível pela cultura e, sobretudo, pelo governo. A conseqüência lógica disso é que o governo não deve ter muito poder e nem se intrometer na vida do cidadão. A sua função primordial é manter a lei e a ordem. 

A segunda mentalidade ou ideologia estabelece como doutrina básica a idéia de conservação das bases da sociedade. Para o conservadorismo, a sociedade está erguida sobre colunas que, se forem danificadas ou destruídas, fará desmoronar tudo aquilo que construímos. Essas colunas seriam a moral, a família, a hierarquia, a religião, o direito a propriedade privada, os direitos individuais, as instituições tradicionais, o senso de que o ser humano não tem uma natureza boa e etc. 

A união dessas duas mentalidades ocorreu de maneira natural, pela afinidade entre suas idéias. Por exemplo, o conservador, ao defender a conservação da religião e dos direitos individuais, está de acordo com o liberal clássico, que deseja que todo o cidadão possa ter o direito de escolher a religião que quiser ou escolher não ter religião nenhuma, sem ser perseguido pelo Estado. E o liberal, ao defender que o governo seja pequeno e limitado, está de acordo com o conservador, que sabe que o ser humano não é confiável e que, por isso, não é bom colocar muito poder em suas mãos. 

Por conta dessas afinidades, a direita se formou. Ela é o pensamento que mescla o liberalismo e o conservadorismo. Entretanto, embora haja muitas afinidades, nós não podemos esquecer que se tratam de duas mentalidades diferentes. Sendo assim, é óbvio que em alguns assuntos haverá uma tensão interna na direita, o que impossibilitará que a mesma apresente um posicionamento definido. 

Em vez disso, há o surgimento, tal como na esquerda, de vertentes diferentes da direita, cada qual com seu ponto de vista em relação a tais divergências. A questão do casamento gay entra neste contexto. Não existe uma posição unânime, como em outros assuntos. As vertentes mais liberais concordam com o casamento gay. As vertentes mais conservadoras discordam. Isso, evidentemente, não faz uma vertente ser mais ou menos direitista do que a outra. Faz apenas ser mais liberal ou mais conservadora. Mas ainda continuam sendo vertentes da direita. 

Analisando argumentos liberais e conservadores 

Tendo compreendido que cada vertente da direita tem uma opinião diferente sobre a questão do casamento gay, resta saber quais são os argumentos que cada uma dessas vertentes sustenta. Vamos trabalhar com uma divisão básica: a vertente liberal e a vertente conservadora. Esta divisão já nos serve. 

A vertente liberal se baseia no seu ideal de liberdade individual para responder a essa questão. Para ela, o indivíduo deve ter liberdade máxima para fazer o que quiser de sua vida, desde que não afete diretamente a liberdade de seu próximo. Deste modo, não faria sentido proibir um gay de casar-se, no civil, com outro gay. Por mais que o liberal possa não concordar com a prática homossexual (e isto é um direito dele), o gay tem o direito de fazer o que bem entender de sua vida. Pronto. A visão do liberal sobre o tema acaba aqui. 

Para a vertente conservadora, a coisa é um pouco mais delicada. Em primeiro lugar, o conservador observa que família não significa uma aglomeração qualquer de pessoas. O mesmo entendimento serve para as definições de casamento e casal. Por exemplo, uma fila num caixa de supermercado não é uma família. Uma classe escolar não é um casal. Estar sempre com uma pessoa não é um casamento. Melhores amigos, por mais que se considerem simbolicamente uma família, não o são, de fato. 

Em outras palavras, há definições específicas para casamento, família e casal, e essas definições não se enquadram na idéia de “qualquer aglomeração de pessoas”. Um casamento é a união amorosa e sexual de duas pessoas cujas naturezas possibilitam, em seu funcionamento normal e pleno, gerar descendência. Casal é a união de duas pessoas cujas naturezas possibilitam, em seu funcionamento normal e pleno, que um casamento seja feito entre ambas. Família é a união de descendência e descendentes. 

Alguém pode dizer que essas definições são religiosas ou que são convenções sociais. Mas elas não são nem uma coisa, nem outra. Elas são naturais. Se você colocar em uma ilha deserta duas pessoas do mesmo sexo, em pleno funcionamento, elas jamais conseguiriam gerar descendência. Elas jamais conseguiriam gerar uma família. Então, o que temos é apenas uma aglomeração de pessoas. 

Vou mais longe. Se você colocar em uma ilha deserta uma pessoa em pleno funcionamento e um animal qualquer, também em pleno funcionamento, jamais haverá possibilidade de sair dali descendência ou família. O que temos ali não é um casamento, nem um casal. Temos uma aglomeração de seres. 

Quando estas definições são ignoradas, casamento, casal e família passam a ser qualquer aglomeração que se queira chamar por esses nomes. Não há mais critérios para as definições. Assim, não faz sentido afirmar, por exemplo, que o casamento deve ser entre duas pessoas. Pode ser entre três, quatro, cinco, vinte. Por que não? Pode ser entre um homem e um macaco ou entre uma mulher e um cachorro. Um casal poderia ser formado por um marido, uma esposa e um boi. Eu poderia me casar com uma cadeira. 

O Brasil poderia ter um presidente e duas primeiras-damas. Por que a poligamia seria algo ilegal? Eu poderia me casar com uma cadeira. Eu poderia ter uma mãe e dez pais, ou três mães e vinte pais. Na minha certidão eu poderia ter sete mães adotivas, ou um cavalo como sendo meu pai legal. Por que não? 

Quando se acaba com as definições naturais de família, casamento e casal, tudo pode ser uma família, um casal ou casamento. Isso não só mexe com toda a estrutura social, criando uma sociedade totalmente fora do padrão natural, como mexe com toda a estrutura jurídica do Estado. 

Imagine a seguinte situação: um casal, formado por uma mulher e dois homens, resolve se divorciar. Contudo, a briga foi apenas entre os dois homens. Assim, eles querem se divorciar um do outro apenas, mas não de sua mulher. E ela, por sua vez, aceita a situação. E agora? Como é que o juiz irá desfazer o “casal” e ao mesmo tempo mantê-lo junto? Tudo bem, isso é uma hipótese que pode nunca ocorrer. Mas é um exemplo claro de que mexer em definições naturais gera uma inacreditável confusão na sociedade. 

As observações do conservador não param aí. Ele também observa que todos esses relacionamentos não podem ser considerados biologicamente corretos. Por mais que isso possa entristecer os gays, é um fato. Se eu tivesse um gato que latisse como um cachorro ou se eu visse minha mãe comendo pedra, certamente eu não diria que esses comportamentos são biologicamente corretos. Não são. Não é algo natural. 

Mas, a partir do momento em que se mudam as definições de família, casamento e casal, os relacionamentos homoafetivos, poliafetivos e zooafetivos alcançam um status de natural. De fato, a luta de muitos militantes homossexuais tem como meta principal impor sobre a sociedade o seu padrão de relacionamento, obrigando que todos reconheçam que a prática homossexual é tão natural quanto a hetero. Querer casar-se no civil serve com mais um passo para implantar essa concepção na sociedade. 

Uma vez conseguido isto, ninguém mais tem o direito de discordar da prática homossexual e/ou de achar que isso não biologicamente correto. Para o conservador, esta é a gota d’água. Em função de uma minoria que prefere agir de modo diferente do natural da espécie humana, toda a sociedade é obrigada a mudar suas definições naturais de família, casal e casamento, mudar seu sistema jurídico, aceitar o homossexualismo, o poliamor e a zoofilia como práticas naturais e jamais poder discordar delas. Por essas razões, a vertente conservadora se opõe ao casamento gay. 

O meu ponto de vista 

Se o leitor espera de mim um posicionamento firme contra ou a favor da questão do casamento gay, sinto muito, mas terei que frustrá-lo. Minha convicção sobre o tema está sempre no muro, às vezes pendendo um pouco para um lado, às vezes pendendo um pouco para o outro, mas nunca saindo do muro. 

Confesso que antes de começar a escrever este artigo, eu estava pendendo mais para o lado liberal. A visão liberal, de fato, é mais simples e mais convincente. Se você acredita que o indivíduo deve ter liberdade para fazer o que quiser de sua vida, impor a ele qualquer proibição parece ser uma afronta ao liberalismo. E como, à primeira vista, mesmo que você não concorde com a prática homossexual, o casamento gay não irá te afetar em nada, a visão liberal costuma a parecer mais plausível. Sendo eu um defensor da liberdade individual, esse caminho me agradou nesse sentido. 

Por outro lado, quando comecei a analisar mais detidamente as conseqüências inevitáveis da legalização do casamento gay, passei a pender para o lado conservador da direita. Ora, realmente não faz o menor sentido destruir os conceitos naturais de família, casal e casamento, criar uma terrível confusão jurídica e dar aos relacionamentos mais biologicamente esquisitos o status de natural, se nada disso é necessário para dar aos gays o direito de se relacionarem. 

Talvez esse seja o ponto mais forte da argumentação conservadora: os gays já têm o direito de se relacionarem. E o mesmo se pode dizer de quaisquer outros praticantes de relacionamentos diferentes do normal. Não é crime viver com um boi e se relacionar com ele. Não é crime viver com cinco maridos e três esposas. 

Contudo, os liberais também argumentam que muitas sociedades, ao longo dos séculos, tiveram relacionamentos que fugiram ao padrão “um homem e uma mulher” e que, por isso, não faz sentido o Estado intervir nesse tipo de coisa. Os conservadores rebatem, dizendo que as sociedades foram evoluindo e que não devemos retornar às eras remotas, onde sociedades inteiras agiam de modo estranho ao padrão natural, comendo carne humana, por exemplo. E por aí vai a discussão. 

Há algumas idéias intermediárias também. O blogueiro Luciano Ayan diz que o matrimônio não deveria ser algo regulado pelo estado. Isto é, o casamento não deveria ser civil. Renan, um dos articulistas do "Direitas Já!" concorda com esta idéia. Chama isso de desestatização do casamento. Em resumo, o casamento poderia ser apenas um contrato que seria formulado da maneira como o “casal” quisesse e que o Estado apenas garantiria o seu cumprimento. É uma idéia. 

Luciano Ayan também defende o que ele costuma chamar de “mercado de comportamentos”. Para ele, todo e qualquer comportamento é passível de ridicularização e de críticas. Eu concordo. Isso é liberdade de expressão. Assim, segundo Ayan, desde que essa premissa seja protegida, qualquer tipo de “casamento” deveria ser permitido, a fim de se criar um “mercado de comportamentos”. Neste “mercado”, nós teríamos todo o direito de escolher o que achamos bom e o que achamos ridículo. Isso acaba com o problema de ter que aceitar práticas estranhas como sendo naturais. 

Eu, algumas vezes, penso que o casamento civil poderia ser mantido da forma como é: uma união entre um homem e uma mulher. Aqueles que quisessem se unir de maneira diferente, fariam seus contratos não civis de união estável, como quisessem, e seriam assim, unidos contratualmente. 

Entretanto, não devemos esquecer a questão dos filhos. Qualquer agrupamento de pessoas tem o direito de adotar filhos? Certamente foge ao natural uma criança ter três pais, por exemplo. Luciano Ayan, embora ache ridículo, acredita que isso também deve entrar no mercado de comportamentos. Eu, como não endosso nenhuma posição, não tenho certeza. 

Enfim, não posso dizer que tenho uma posição definida sobre o assunto. Como já disse, estou no muro e cada hora pendo para um lado. Mas, para não deixar o leitor na completa frustração, devo dizer que esse artigo me fez pensar melhor nos argumentos da vertente conservadora. Isso levantou uma questão em minha mente: “E se eu fosse conservador, mas homossexual? Seria contraditório?”. 

Creio que não. Eu poderia gostar de pessoas do mesmo sexo e ter um parceiro fixo morando comigo, mas ter convicção de que o padrão natural é a união entre um homem e uma mulher e, portanto, não fazer questão de reivindicar direitos naturais que pertencem apenas aos casais hetero, a saber, o casamento e os filhos. Acredito ser essa uma visão plausível. E o leitor? O que acha? Penso que vale a pena analisar bem os dois lados da questão. Afinal, há ótimos argumentos, tanto de um lado, quanto de outro.

10 comentários:

  1. Sinceramente, achei seu post uma grande enrolação recheada de absurdos.

    ONDE, me diga ONDE, que permitir o casamento civil entre duas pessoas do mesmo sexo vai permitir que as pessoas queiram se casar com cabras?
    Isso não faz o menor sentido, simplesmente porque um fato não tem nada a ver com o outro.
    Exemplo simples, não creio que nos países onde isso é permitido as pessoas começaram a se casar com vacas, ou com árvores, ou com algo do tipo.

    "Ah, mas isso é uma afronta contra o padrão social de casal, que é de um homem e mulher. É contra a natureza, não possibilita filhos e etc"
    A grande pergunta é: e daí?
    O primeiro argumento, da construção social, é totalmente baseado nos preconceitos e na falta de educação do povo perante o assunto. Antigamente era considerado normal apedrejar seu filho se ele fosse desobediente, era uma construção social. E não creio que a sociedade teria evoluído muito pensando dessa maneira.
    Segundo, sobre o fato biológico: relações homossexuais são encontradas em mais de 450 espécies animais. Não creio que faça sentido uma crítica embasada na "normalidade da natureza" quando esse fato vem à tona.
    Sobre não gerar filhos: e os casais héteros que simplesmente não querem ter filhos? E as mulheres estéreis? E os já muito idosos? Todos devem ser impedidos de casar, então, porque não podem gerar filhos?

    Acho que você está, também, perdendo o ponto da reivindicação pelo direito do casamento homossexual: não é pelo status. Não é pra dizer "que lindo, casamos". Existe um mundo de direitos que são tolhidos dos casais homossexuais: não poder dividir um plano de saúde, não ter direito a um seguro de vida se o marido/mulher morrer, não ter direito à pensão, não poder incluir como beneficiário em um sem-número de cadastros etc.
    Não é simplesmente um " não fazer questão de reivindicar direitos naturais que pertencem apenas aos casais hétero, a saber, o casamento e os filhos", é uma questão de respeito ao ser humano que é um cidadão como qualquer outro, paga impostos como qualquer outro, e deve ter os direitos iguais como qualquer outro.

    Deixando toda a hipocrisia de lado, toda essa argumentação conservadora que você apresentou é obviamente baseada em dogmas religiosos, e a primeira grande falta de respeito com o ser humano é querer governar a vida dos outros usando uma religião que eles não concordam.

    No mais, achei seu "em cima do muro" apenas uma maneira de atenuar sua opinião retrógrada e contra os direitos iguais dos cidadãos.

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    1. Você termina o texto convidando o leitor pro debate e no final é só isso que consegue responder? Ok mesmo e_e"

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    2. Como eu falei no texto, eu não tenho uma posição definida sobre o assunto. Vou debater o quê com você?

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    3. "Segundo, sobre o fato biológico: relações homossexuais são encontradas em mais de 450 espécies animais. Não creio que faça sentido uma crítica embasada na "normalidade da natureza" quando esse fato vem à tona."
      Tem animais que estupram os próprios filhotes.Você estupraria a suas filhas por causa dos animais?
      Estamos falando do ser humano,e não dos animais.E outra,esses animais demonstram comportamentos homossexuais que é bem diferente de ser homossexual;mas sempre que esses animais querem de fato acasalar eles procuram uma fêmea ou um macho para de reproduzirem.

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    4. A homossexualidade por nascença é uma minoria, a maioria dos homo afetivos na sociedade, principalmente a brasileira, vem de uma moral já desconstruída e abalada, onde basta ligar o rádio, a televisão ou digitar algumas palavras no google e uma criança, cada vez mais cedo, possui acesso à conteúdos pornográficos. Todo esse acesso cria uma necessidade de dopamina no cérebro cada vez maior, e o indivíduo começa a buscar coisas cada vez mais "anormais" para sua satisfação. Isso não é só em relação à sexualidade, mas alimentação, drogas, e outros tipos de vícios, sendo essa relação vício-dopamina bem estudada por diversos especialistas.
      O único jeito de combater essa anormalidade é, de alguma forma, reconstruir a moral na sociedade (obs: um verdadeiro conservador não defenderia um Estado forte para tal tarefa). A legalização do casamento homossexual só abriria mais caminhos para um cenário que é, sem dúvida, anormal. Infelizmente, a minoria de gays por nascença que restaria de uma sociedade reconstruída não têm o direito de modificar o sistema jurídico, moral e social que a maioria esmagadora acreditaria e defenderia.

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  2. Meu Deus que texto ruim, querer comparar casamento gay com casamento entreo humano e animal? Casamento é entre duas pessoas com plena capacidade de decisão, não viaja não mano. Cara a constituição diz que TODOS OS CIDADÃOS têm direitos e deveres, e não os ANIMAIS. As mulheres conquistaram o Direito do voto, então o cachorrinho tbm tem que ter o direito de votar? Kkkkkk
    Na moral, argumentos de criança esses do texto!
    A poligamia tem religiões que ve isso de forma natural.
    Vou deixar um link aqui que fala exatamente os argumentos do texto sendo ridícularizado!! Passou vergonha com esse textinho aí hein!!
    Muito bom esse vídeo. Recomendo assistir para não passarem vergonha na hora de dizer que é contra o casamento gay!!

    https://m.youtube.com/watch?v=Zz4hkgYB9CA

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    1. Guilherme,

      Quando eu escrevi esse texto, há três anos, eu não tinha certeza da minha posição. Hoje eu tenho. Eu sou contra a legalização do casamento gay. Embora todos devam ser livres para fazerem o que bem entenderem de suas vidas, é ridículo querer reconhecer perante o Estado aquilo que não se é. Há pessoas pelo mundo que gostam de viver como cachorros. Comem ração, andam de quatro em casa, latem e até contratam pessoas para levá-los para passear e encontrar com outras pessoas assim. Da mesma forma, há indivíduos no mundo que gostam de viver como bebês. Usam fraldas, tomam mamadeira, engatinham e compram brinquedos de criança. Essas pessoas devem ser livres para viverem assim. Mas seria ridículo se amanhã ou depois elas quisessem que o Estado as reconhecesse como cachorros ou bebês.

      Se os gays querem viver como gays, tudo bem. E se querem o direito de deixarem herança, tudo bem. Um princípio básico de quem defende propriedade privada é que aquilo que é seu você pode dar a quem quiser. Agora, a união de dois homens, ou duas mulheres, ou uma mulher e dois homens, ou um homem e duas mulheres, isso não é casamento. E, portanto, deve ser tratado meramente como um arranjo individual. Não se deve meter o Estado nisso.

      Att.,

      Davi Caldas.

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  3. Teve muito tempo para abir a mente ne amigão? Pena que você não reconheci um direito fundamental baseando nesse seu argumento de homem querer se cachorro. Ta de brincadeira. Antes era homem casar com animal ou com criança, sendo que para casar os indivíduos tem que ter plena capacidade de decisão. A constituição fala de cidadãos e não de animais. Se eu dizer que sou contra o casamento interracial, eu estou sendo racista?

    Eu Guilherme, hetero, branco, classe média, no último ano da faculdade de Direito, sou contra as cotas raciais, sou contra o aborto, contra as drogas e a favor do casamento igualitário!! Ah, e eu tenho argumentos suficientes para ser contra o aborto as cotas e as drogas. Fica com Deus Davi Caldas e espero um dia eu vim aqui e ver que sua opinião mudou e reconhece que o todos nós temos os mesmos direitos e deveres, ninguém deve estar acima e nem abaixo da lei!!

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    1. Ok, Guilherme. Vamos debater de verdade?

      Você termina o seu texto dizendo que eu preciso reconhecer que todos nós temos os mesmos direitos e deveres. Há dois erros aqui. Em primeiro lugar, não, todos nós não temos os mesmos direitos e deveres. Uma mulher, por exemplo, tem direito a licença maternidade de 180 dias. O homem só tem direito a 5. Uma pessoa maior de 16 anos tem direito de votar. Uma pessoa com 15 anos não tem esse direito. Um homem com 18 anos tem o dever legal de se alistar nas forças armadas. Um homem com 16 não tem esse dever. Um político tem o direito a Foro Privilegiado (só é julgado pelo STF). Um cidadão que não seja político não tem esse direito. Enfim, nós não temos os mesmos direitos e deveres. Os direitos e deveres variam muito.

      Em segundo lugar, nem tudo o que se diz que é um direito é realmente um direito. Suponho que, ao falar de direito, você esteja se referindo a direitos humanos ou direitos do cidadão. Nesse sentido, sim, todos devem ter os mesmos direitos. Mas quais são os direitos humanos e do cidadão? Bom, ir aos lugares que quiser, trabalhar no que quiser, estudar o que quiser, praticar os hobbies que quiser, escolher o estilo de vida que melhor lhe aprouver, em suma, fazer o que bem entender de sua vida, desde que respeitando a liberdade do outro. Correto?

      Minha grande pergunta é: ser reconhecido perante o Estado como casal não sendo um casal é um direito? Vou além: é um direito humano e do cidadão ser reconhecido pelo Estado por aquilo que não é de fato?

      Não vejo isso como direito. Esse é o âmago da questão. O Estado não deve reconhecer aquilo que não é. Isso não implica cercear quaisquer direitos legítimos. O homossexual continua aqui livre para se associar com quaisquer pessoas, morar com bem entender, manter relações sexuais com quem quiser e, o mais importante: deixar seus bens para quem achar melhor. Ou seja, todos os seus direitos estão garantidos.

      Então, repito as perguntas:ser reconhecido perante o Estado como casal não sendo um casal é um direito? É um direito humano e do cidadão ser reconhecido pelo Estado por aquilo que não é de fato?

      Por que eu deveria considerar estas coisas um direito?

      Dê-me seus argumentos. Quem sabe eu não me convença?

      Abçs.,

      Davi Caldas.

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