terça-feira, 23 de agosto de 2016

Quando eu aconselho ler mais sobre um assunto

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Às vezes, em discussões pela internet, eu pergunto ao oponente se ele já leu determinados livros sobre o assunto (os quais eu já li). O intuito não é exaltar a "minha erudição". Até porque, se eu realmente fizesse questão de ser um intelectual (no sentido estrito do termo), eu precisaria ler muito mais, o que exigiria disposição e dedicação que hoje não tenho. O intuito dessas minhas perguntas é realmente mostrar à pessoa (ou ao público que vê o debate) que o tema em questão está sendo tratado de maneira superficial; que há uma montanha de informações importantes em livros básicos que o oponente não está levando em consideração.

É óbvio que poucas pessoas (raríssimas mesmo) tem tempo e/ou disposição para ler os principais livros dos principais temas que existem. E eu seria hipócrita se pretendesse me passar por uma espécie de leitor universal, conhecedor supremo da essência de quase todos os assuntos. Estou longe disso. Grande parte do nosso conhecimento se baseia em resumos, apanhados rápidos, leituras breves, passadas de olho, aparências, comentários das obras e coleções de "ouvi dizer", "vi por aí", "dizem". E eu não sou a exceção dessa tendência. Estou ciente disso.

No entanto, estou convencido de que é possível aumentar a qualidade de nossos conhecimentos em diversas áreas, mesmo sem se tornar expert no assunto. Se, por um lado, é preciso conhecer bem algo para poder analisar, por outro lado conhecer bem nem sempre requer a leitura de 20, 30 obras distintas sobre o tema. Dito à grosso modo, não é necessário comer fezes para saber que é fezes.
Quando pergunto a um oponente se ele já leu determinados livros, a ideia não é cobrar dele uma erudição impossível de ser alcançada. É apenas indicá-lo algumas obras básicas sobre o tema. Nem sempre é necessário. Às vezes alguns poucos resumos sobre um tema são suficientes para que se apreenda a essência. Mas, outras vezes, a leitura de uma ou duas obras mais detalhadas são imprescindíveis.

Em geral, quanto mais polêmico o assunto discutido, mais necessário se faz ler ao menos duas obras boas. E quando falo de leitura, nem estou falando de uma leitura completa. Aprendi com C. S. Lewis que não há nada de errado em não ler uma obra toda. Pode-se ler a maior parte, focando nos pontos essenciais e deixando pontos secundários de fora. Quem já fez TCC (Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia) sabe o que é isso. Esse método pode falhar? Pode. Mas uma das funções do debate é essa: descobrir que talvez seu conhecimento deva ser aprimorado.

É por isso que indico leituras. E geralmente, as leituras que indico são curtas e de fácil linguagem. Quando não são, eu aviso. Penso que todo o debatedor deveria levar essas indicações mais à sério. Muitos fazem para tentar humilhar, para tentar ganhar o debate na aparência. Não é o meu caso. Mas ainda que fosse, por que não procurar as leituras sugeridas? Se em um debate eu menciono informações importantes que você desconhece, é bastante provável que essas leituras realmente sejam relevantes.

O que me deixa chateado é a postura orgulhosa de muitos que desejam debater sem terem conhecimentos básicos sobre a questão. Eu entendo que às vezes podemos achar que conhecemos bem um tema e, repentinamente, percebermos que não, não conhecemos. Já ocorreu bastante comigo. E, inclusive, algumas das opiniões que mudei ao longo da vida se devem ao fato de eu ter me debruçado melhor sobre a questão e descoberto riquezas que eu desconhecia. Mas é triste quando, mesmo vendo exposta sua ignorância, um oponente permanece agarrado aos seus preconceitos e forte orgulho.

Nenhum de nós está livre de cometer esse erro ao longo dos debates da vida. No entanto, a construção da honestidade e humildade intelectual está em reconhecer esses erros (o mais rápido possível de preferência) e não fazer deles um hábito. Um bom antídoto para isso é sempre entrar num debate de maneira serena, educada, aberta e disposta a saber mais sobre o que o outro pensa.

Nós sempre entramos em um debate achando que estamos certos. E isso não é ruim. Mas devemos considerar a hipótese de estarmos errados ou de estarmos certos, mas não termos mecanismos suficientes para provar nosso acerto e refutar o erro do oponente. A humildade e a disposição de aprender mais com o outro serão essenciais para mudar esse quadro, nos fazendo estudar mais. É o que tenho tentado fazer. Não com a aplicação que eu deveria ter, mas vida que seque. O importante é tentar melhorar sempre.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Pobre de direita

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"Pobre não pode ser de direita". Meu filho, uma das razões para eu ser de direita é justamente o fato de eu ser pobre. Por eu ser pobre eu não quero um governo que dificulte a vida de pequenas e médias empresas com excesso de impostos e burocracia, pois isso reduz o número de empregos e torna os preços dos produtos mais alto. Quem sofre mais com isso? O pobre. 

Por eu ser pobre eu não quero um governo com a mentalidade criminosa de imprimir dinheiro às pampas para pagar dívida pública e derrubar taxas de juros, pois isso gera inflação de preços à médio e longo prazo. Quem sofre mais com a inflação? O pobre.

Por eu ser pobre eu não quero um governo mantendo um monte de empresas estatais ineficientes, que comem dinheiro dos meus impostos e que também servem aos interesses de corruptos e totalitários que as aparelham. Quem mais sofre por ter que pagar pelos rombos dessas empresas? O pobre.

Por eu ser pobre eu não quero um governo que veja vagabundo criminoso como vítima da sociedade, pois a maioria dos pobres é honesta e não se torna criminosa por conta de condição social. Por outro lado, a classe mais criminosa que existe (a classe política) é também a mais rica. Enquanto criminoso é tratado como vítima, as reais vítimas (cidadãos inocentes) permanecem à mercê dos criminosos. E qual o tipo de cidadão inocente que está mais à mercê da violência dos criminosos? O pobre. 

Por eu ser pobre eu não quero um governo que crie incentivos para que os alunos de escolas públicas (pagas com o meu dinheiro de impostos) não tenham limites, fazendo da sala de aula um inferno e dificultando assim a vida dos bons alunos que desejam aprender e dos bons professores que desejam ensinar. Quem mais sofre com essa falta de limites permitida e estimulada pelo governo nas escolas públicas? O pobre.

Por eu ser pobre eu não quero um governo que use as escolas públicas também como centros de doutrinação sexual e marxista, a fim de que professores desonestos destruam a inteligência e a moralidade daquela parcela pequena de alunos esforçados que ainda resta nesse inferno que se tornou a escola pública. Quem mais sofre com essa doutrinação nas escolas públicas? O pobre.

Por eu ser pobre eu não quero um governo que utilize bolsas importantes para pessoas carentes sem critérios sólidos, de forma populista, como moeda de troca para votos. Isso é chantagem. E quem mais sofre com essa chantagem? O pobre.

Por eu ser pobre eu não quero um governo que supervalorize os concursos públicos, enquanto menospreza a atividade empreendedora. Ao fazer isso, o governo fomenta a cultura exdrúxula de desejar trabalhar pouco (e sem riscos) ganhando muito através dos impostos de quem trabalha muito e ganha pouco. Esse tipo de cultura perpetua uma desigualdade social criada pelo próprio Estado, desestimula o empreendedorismo, lota o setor público (o que significa mais impostos para sustentar a máquina estatal) e, ademais, uma vez que quem passa em concurso geralmente é quem tem mais grana, quem é que mais sofre com isso adivinha quem é? O pobre.

Por eu ser pobre, eu não quero um governo que faça de tudo para me proibir de ter uma arma de fogo. Cabe ao Estado a segurança pública. Mas cabe ao cidadão a segurança individual. Ao me privar do direito de autoproteção (ou me criar grandes dificuldades para obtê-lo), o governo me faz refém do Estado, bem como de corruptos, déspotas e vagabundos. Uma vez que o pobre não tem condições de contratar seguranças individuais para o proteger, quem mais sofre com um governo que ataca o seu direito de autoproteção? O pobre. 

Por eu ser pobre, eu não quero um governo ache errado o sistema de vouchers escolares e o homeschooling. O cidadão não é um capacho do governo e sua liberdade deve ser respeitada. O voucher escolar nada mais é do que uma bolsa dada pelo governo para cidadaõs carentes em um colégio privado de sua escolha. Substituir parte das escoals públicas pelo sistema de vouchers é uma forma de esvaziar as salas de escolas públicas (que são muito cheias), reduzir o desvio de verba (já que o financiamento passa a ser individual) e dar ao cidadão o poder de escolha. Já o homeschooling é o ensino em casa, a educação provida pelos pais aos seus filhos, no caso de não desejarem que ele frequente uma escola formal. Uma vez que a família é quem educa, em primeiro lugar, ela deve ter primazia sobre essa escolha. Quando o governo proíbe essas duas modalidades, retira da família o poder de escolher uma educação que julgue melhor para seus filhos. Quem mais sofre com isso? O pobre.

Por ser pobre, eu não quero que o governo me obrigue a "contribuir" com o INSS, pois o sistema previdenciário público é uma pirâmide, vive cheio de rombos (pois o governo usa dinheiro de aposentadoria para cobrir suas despesas) e eu acharia mais seguro aplicar em algum investimento bancário ou numa previdência privada. Quem mais sofre com essa obrigação trabalhista? O pobre.

Por ser pobre, eu não quero que o governo proíba que novos serviços melhores e mais baratos surjam em diversas áreas. O Estado não deve proibir o UBER, não deve taxar a NETFlIX, não deve meter a mão no Whatsapp. Aliás, o Estado não deve impedir que novas empresas entrem e concorram entre si na telefonia (como faz hoje através da Anatel), na TV fechada, na internet, nos transportes, nos serviços postais ou seja lá o que for. Quando o governo fecha esses mercados, criam-se monopólios e o povo fica na mão de algumas poucas grandes empresas. Quem mais sofre com isso? O pobre.

Por ser pobre, eu não quero um governo que ataque os valores familiares. Quando o governo faz isso, desestrutura as famílias, estimula a geração de filhos rebeldes e acaba por fragilizar uma das colunas da sociedade. Quem mais sofre com a desestruturação das famílias? Ora, quem tem menos dinheiro claro. O pobre.

Por ser pobre, eu não quero um governo que enxergue a ordem, o respeito à autoridade, o civismo e a hierarquia como formas de opressão. Não quero um governo, alías, que menospreze as forças militares, ignorando suas virtudes, retirando sua moral e sucateando-as. Quando o governo faz isso, fragiliza as relações entre os cidadãos entre si e dos indivíduos para com as leis. Quem mais sofre com isso? Ora, quem já sofre com a falta de condições. O pobre.

Por ser pobre, eu não quero um governo para o qual seja bom que existam pobres. O governo não deve ser um defensor dos pobres, mas sim um defensor da criação de condições, a fim de que a sociedade prospere. Quem mais sofre com governos que desejam a existência de pobres? O pobre. 

Por ser pobre, eu não quero um governo que exalte regimes totalitários que cometeram os maiores genocídios do mundo. Nesses regimes, o pobre sempre foi tratado como número. Passou fome, sofreu perseguição do governo, violação dos direitos humanos e virou adubo. Quem mais sofre com um governo que apoia essa mentalidade? O pobre.

Por ser pobre, eu não quero um governo que utiliza bancos públicos para financiar projetos de grandes empresários e obras em países totalitários e ditatoriais. Afinal, trata-se do meu dinheiro de impostos. Não é justo que eu, pobre, trabalhe tanto para sustentar o populismo de ditadores e os projetos de empresas bilionárias. Quem mais sofre com esse por ser obrigado a financiar esta imoralidade? O pobre.

Por eu ser pobre, não quero um governo que usa meu dinheiro para financiar artistas, projetos artísiticos e clubes de desportos. Se o dinheiro é meu, devo financiar os artistas, projetos e clubes que eu admiro e desejo financiar, e não os que o governo crê que eu devo ajudar. É um absurdo trabalhar tanto, tendo tantas contas para pagar, e ser obrigado a pagar pelos salários e projetos de quem não presta nenhum serviço para você. Quem mais sofre com esse dinheiro tirado à força? O pobre.

Por eu ser pobre, não quero um governo que usa meu dinheiro para financiar mais de trinta partidos políticos. Partidos políticos devem ser sustentados por doações espontâneas. Não é justo que meu dinheiro suado seja perdido para sustentar partidos que sequer me representam. Quem mais sofre mais uma vez com esse dinheiro tirado à força? O pobre.

Por eu ser pobre, não quero um governo que gaste bilhões anualmente com para sustentar seus próprios cargos. Grande parte do dinheiro suado do povo vai para inúmeros gabinetes de políticos, secretarias, ministérios, além de salários e benefícios vergonhosos de toda essa gente. A classe política traz um peso enorme para o bolso do pagador de impostos. E quem mais sofre com isso? O pobre. 

Por eu ser pobre, não quero um governo que gaste bilhões anualmente com presidiários vagabundos. Não é justo sustentar pessoas que mataram, roubaram, estupraram, sequestraram. Preso precisa trabalhar para sustentar sua estadia na prisão, para produzir riqueza para a sociedade e, claro, para aprender a ganhar as coisas através do trabalho honesto. O trabalho dignifica o homem; a vagabundagem não. Quando o governo sustenta vagabundo na prisão gera custos altos para a sociedade e nada faz para torná-lo uma pessoa melhor. E quem mais sofre com esses custos altos e essa verdadeira fábrica de vagabundos? O pobre.

Por eu ser pobre, eu não quero um governo que se utilize de argumentos econômicos para legalizar o aborto. Aborto é assassinato de inocentes. Usar argumentos econômicos para assassinar crianças é uma forma de banalizar a vida, a maternidade, a paternidade, a família, além de dinamitar a moral e usar mais uma veaz a pobreza para justificar atrocidades. Quem mais sofre com esse oportunismo e banalização da vida? O pobre. 

Por eu ser pobre, eu não quero um governo que nos divida em classes e subclasses, criando ódio mútuo e nos impedindo de lutar contra o verdadeiro inimigo, contra a verdadeira elite, que é a classe burocrata. É a classe burocrata que nos tem mantido na pobreza, na miséria, na humilhação, tolhendo nossa liberdade e sugando nosso dinheiro para se manter no poder e sustentar seus luxos. O inimigo nunca foi o patrão ou o empregado, o homem ou a mulher, o hetero ou gay, o negro ou o branco. O inimigo é o Estado inchado, é a classe política poderosa, são os beneficiados da burocracia. Quem mais sofre com essas divisões e ódio mútuo que o governo estimula para nos cegar? O pobre.

Por eu ser pobre, eu não quero um governo que deseja centralizar tudo (direta ou indiretamente). A sociedade deve ter autonomia para resolver seus problemas em suas cidades, bairros, vizinhanças. As escolas devem ser mais independentes, as universidades, as empresas, os hospitais, as famílias, os comerciantes, os indivíduos. Não precisamos do Estado para observar cada passo que damos. Quem mais sofre com todo esse controle ferrenho é o pobre. O rico também é roubado (e muito) pelo governo. Mas ele ainda pode chorar confortável dentro de seu carro de luxo. O pobre chora no ônibus ou trem lotado, todos os dias, sob a escravidão de um Estado inchado mantido e alimentado pela esquerda. Para mim, ser pobre e de esquerda é que é o absurdo. Eu desejo liberdade.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Pré-candidato à prefeitura do Rio pleiteia na Justiça concorrer sem partido

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O advogado e professor universitário Rodrigo Mezzomo, pré-candidato à prefeito da cidade do Rio de Janeiro,  entregou hoje (15/08) um requerimento à Justiça Eleitoral para pleitear o direito de disputar as eleições sem se filiar a um partido político. Em sua página no Facebook o pré-candidato escreveu:
Inicia-se aqui uma importante jornada por liberdade individual.
Estamos pleiteando ao Judiciário o reconhecimento do direito de um cidadão se candidatar SEM PARTIDO. 
Entendemos que a candidatura independente deriva diretamente dos fundamentos da República brasileira (CF/88 Art. 1º), em especial a cidadania, a dignidade da pessoa humana e o pluralismo político. 
Além disso, lembramos que ninguém pode ser compelido a associar-se ou permanecer associado (CF/art. 5º, XX) e, assim sendo, nem mesmo a lei pode compelir alguém a se filiar a um partido para poder gozar da plenitude de sua cidadania política. 
Poucos lembram que o (i) Pacto de São José da Costa Rica, o (ii) Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e a (iii) Declaração Universal dos Direitos do Homem asseguram aos indivíduos o direito de participarem diretamente das eleições, votando e sendo votados, livres de injustos obstáculos ou infundados entraves.
Poucos lembram que os partidos políticos são entidades de natureza privada e, portanto, atribuir-lhes o monopólio do acesso à vida pública significa a privatização da própria cidadania, justamente aquilo que não pode ser privatizado! 
É preciso mencionar, ainda, um imperativo de ordem lógica: se nossa legislação permite que um indivíduo exerça um mandato sem partido, deve, por razões lógicas, poder pleiteá-lo sem estar filiado a um partido. Lembre-se: aquele que pode “o mais” também pode “o menos”; 
O reconhecimento do direito à candidatura independente não retira, priva ou afeta direitos dos candidatos que se lançam por partidos políticos, portanto, não há nenhum prejuízo aos candidatos partidários; 
Assim sendo, em suma, no tocante à filiação partidária prevista como condição de elegibilidade (CF de 1988, Art. 14, §3º, V), deve a mesma ser interpretada como alternativa, ou seja, como escolha ou preferência do candidato, jamais como obstáculo, impeditivo ou restrição. 
A correta interpretação da lei implica entender a FILIAÇÃO PARTIDÁRIA COMO UMA OPÇÃO DO CANDIDATO, NÃO COMO UMA OBRIGAÇÃO. 
A filiação partidária deve ser um bônus, não um ônus. Em suma, filiação partidária não pode ser embaraço ao cidadão que deseja se lançar candidato aos cargos nos Poderes Executivo ou Legislativo.
Se seu requerimento for aprovado, isso significará uma grande vitória para a liberdade individual e um ataque importante ao atual sistema partidário, dando ao cidadão um leque maior de escolhas.

Ademais, no caso de Mezzomo conseguir a candidatura avulsa, a cidade do Rio de Janeiro contará com dois candidatos de direita disputando as Eleições Municipais: o próprio Rodrigo Mezzomo e Flávio Bolsonaro, atualmente deputado estadual pelo PSC-RJ. Com fichas limpas, boas propostas e posições à direita, os dois candidatos proporcionarão aos cariocas a oportunidade não precisarem votar em candidatos de esquerda ou de centro por falta de uma opção de direita.

Eleições Municipais 2016

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Eleições municipais estão chegando, galera! Já sabem, né? Nada de votar em socialistas. Evitem também votar em candidatos estatistas que já estão há anos no poder e só fazem aumentar o Estado. Evitem também votar em quem não quer ver vagabundo preso e é a favor dos direitos dos manos. Também não votem em quem diz que não existe doutrinação ideológica nas Escolas. E muito menos em quem deseja implantar ideologia de gênero na educação pública. Querem que eu dê nome aos bois? Não votem em ninguém do PT, Rede, PCdoB, PCB, PSOL e PDT. E em nenhum socialista de qualquer outra sigla.

Não tenho indicação de partido bom. Garimpem candidatos nos partidos menos ruins. Há alguns (poucos) que se salvam no PP, PSC, PMDB, PSDB e DEM. O NOVO e o PSL têm me decepcionado muito com sua cegueira em relação à guerra cultural contra a esquerda. Mas creio que possam haver alguns bons candidatos por lá. Aqui no Rio, para prefeito, há duas opções: o Flávio Bolsonaro (PSC) e o Rodrigo Mezzomo, que vai tentar concorrer sem partido (fará a petição ao STF nos próximos dias). São dois candidatos honestos (até onde se sabe) e de direita. Ou seja, não há necessidade de votar em ninguém do PSDB ou do PMDB por falta de opção. Hora de tirar o PMDB da prefeitura do Rio, portanto.

Não deixem de dar importância para os vereadores. Não é só o prefeito que importa. Uma câmara municipal cheia de imbecis e corruptos atrapalha muito o trabalho de um bom prefeito.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Como a doutrinação marxista nas escolas pode ser bastante sutil

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Aí vai um exemplo de como a doutrinação marxista nas escolas pode ser bastante sutil. O professor ensina sobre o surgimento do liberalismo. Daí cita Adam Smith e fala sobre seus conceitos de divisão de funções, a competição gerando produtos melhores e mais baratos, a chamada "mão invisível" do mercado e etc. Seguindo a cronologia histórica, o professor fala, numa ocasião posterior, sobre o surgimento do socialismo cientifico (sic). Daí cita Karl Marx e fala sobre seus conceitos de mais valia, exploração do proletariado, luta de classes, competição gerando monopólios e etc. Bom, foram citados os dois lados. Então, não houve doutrinação, correto? Errado. 

Note que o socialismo surge para combater o capitalismo. O capitalismo encontra seu ponto alto no liberalismo econômico. Ou seja, não há como falar em socialismo sem falar em liberalismo. Entretanto, se eu ensino sobre o surgimento do liberalismo, depois sobre o surgimento do socialismo, e paro por aí, a impressão que fica é que o socialismo refutou o liberalismo. Afinal, o professor não expôs que há réplicas ao socialismo e quais são elas.  

Você pode estar se perguntando: "Mas se o professor expusesse as réplicas ao socialismo e parasse por aí, ficaria a impressão de que o liberalismo refutou o socialismo". Sim. Por isso, o professor teria que expor também as respostas do socialismo. E isso não acaba nunca? Acaba sim. Ao expor pelo menos uma argumentação e uma réplica de cada lado, você mostra ao aluno que a discussão é longa, que não terminou e que o aluno pode estudar os autores se quiser. Daí o professor vai mostrar a as principais obras e autores de ambos os lados.

Quando isso não é feito, pensamos que tudo termina em Marx. A falta de menção de outros autores importantes e do fato de que a discussão permanece nos faz crer que o capitalismo é mesmo uma merda, que só quem o defende são os bilionários exploradores e, logo, Marx está com a razão. Quando se chega a essa conclusão porque se estudou os dois lados, tudo bem. Mas chegar a essa conclusão porque só se lhe apresentou um lado, isso é doutrinação.

Esse tipo de doutrinação é solidificada quando chegamos na Crise de 1929. Qualquer livro didático do ensino médio vai dizer que a culpa da crise foi da supreprodução de bens de produção, causada pelo liberalismo econômico. Ninguém ensina que há outras teorias econômicas de peso sobre a crise de 29. Logo, a impressão que fica é que o liberalismo realmente é muito problemático. Ponto para Marx novamente. E mais uma vez: só quem defende o capitalismo é bilionário explorador. Não há bons argumentos para o capitalismo. 

Posteriormente, a doutrinação continuará quando o professor e os livros do MEC associarem o liberalismo econômico à fome na África, ao fascismo, ao nazismo e às I e II Guerras Mundiais. Também encontrará solo fértil quando se utilizar o termo "neoliberalismo" para mencionar processos de privatização e redução do Estado nos anos 80 e 90. Afinal, quando ouvimos a palavra "neoliberalismo" imaginamos que se trata de um novo liberalismo. Se o liberalismo causou tantos problemas (segundo a impressão que todo o ensino supracitado nos passa), o neoliberalismo passa a ser uma tentativa estapafúrdia de fazer retornar algo ruim, mas com uma máscara nova.

Você pode perguntar: "Mas o socialismo também não deu certo nos outros países. E isso muitas vezes é dito". Mas sabe como isso é dito? Mais ou menos assim: "O socialismo real pretende ascender o proletariado ao poder e transformar os meios de produção em propriedade do povo, de modo que não haja exploração e todos possam viver dignamente. Nesse estágio, o Estado se torna desnecessário e o socialismo passa a ser comunismo. Mas o comunismo nunca foi implantado no mundo". 

Percebe a impressão que essa resposta deixa no aluno? A impressão de que o socialismo só não deu certo porque não chegou à fase comunista, ao comunismo real. Então, a ideia é boa. Não se pode criticar o que não existiu. Logo, o comunismo ainda pode dar certo.

Essa é um faorma de doutrinar. Há outra forma. O professor/livro do MEC mostrará que o socialismo se desvirtuou de seus objetivos. A base explicativa aqui é a mesma: o comunismo pretende criar uma sociedade justa. Os burocratas do socialismo não fizeram isso. Logo, esse socialismo não é o verdadeiro. A impressão que fica: "Então, podemos continuar tentando implantar o socialismo verdadeiro que levará ao comunismo de fato".

Se voltarmos um pouco, cronologicamente, veremos que essa doutrinação sutil existe quando se fala do iluminismo e da revolução francesa. Tanto um como outro são pintados como coisas maravilhosas para a humanidade. Em geral, não são citados os grandes autores que viram falhas nesses dois movimentos. 

A omissão de estudos sobre Edmund Burke, por exemplo, é flagrante. Seria imprescindivel aprender sobre o iluminismo e a revolução francesa também sob a ótica de Burke. Mas seu nome sequer é citado nas aulas. E o modo como pintam a Igreja Católica? Menciona-se só os seus erros. Mas e os acertos? E a visão dos grandes autores católicos sobre o assunto?

Vamos para o século XX de novo. Brasil. 1964. Qual a narrativa que prevalece nos livros e nas aulas? Golpe militar. Deveria prevalecer alguma outra narrativa? Não. O que deveria ser feito é expor duas ou três narrativas principais. Como professor, eu faria mais ou menos assim: 

"Galera, em 1964 houve uma intervenção militar que depôs o presidente João Goulart. Esse é o fato bruto. Há pelo menos três visões principais para explicar o fato: a visão de esquerda, a visão conservadora e a visão militar. Vou explicar o fato segundo a ótica de cada um desses grupos. Vou expor os principais autores, livros e textos de cada visão. Na prova, cobrarei as três visões. Vocês precisam saber sobre todas. Estejam, no entanto, à vontade para adotarem a visão que quiserem para si". 

Na exposição dos autores, livros e textos, eu realmente mostraria os principais, os de peso, sem fazer uma seleção fajuta do grupo que não me interessa. 

Isso é ensino. O que passa disso é doutrinação. Infelizmente, acostumou-se a entender que para ensinar sobre um fato é preciso adotar uma narrativa oficial, ignorando ou escondendo todas as outras, por mais importantes que sejam.

Daí você me dirá: "O que importa? No Brasil, a maior parte dos alunos não se esforça para aprender. Não prestarão atenção nessas nuances". Há duas coisas para se dizer quanto a isso. Primeiro: em uma turma de 50 alunos, geralmente 3 ou 4 são esforçados. Eles irão apreender essas nuances. E desses 3 ou 4, provavelmente 1 ou 2 entrarão na faculdade. E lá, meus amigos, a doutrinação continua, só que mais forte. Ele conhecerá DCE's tomados por partidos políticos, terá aulas com professores que usam as aulas propositalmente para doutrinar, irá a diversos eventos de posição política enviesadas e topará com alunos já doutrinados. 

No futuro, esses 1 ou 2 de cada sala que passaram para a faculdade serão professores, jornalistas, advogados, juízes, sociólogos, historiadores, psicólogos, antropólogos, escritores e palestrantes. Sim, pessoas influentes e com status de intelectual. Percebe o problemão?

Segundo: sim, a maioria dos alunos não se esforça para aprender. Em vez disso, usam as aulas para desrespeitar o professor, falar alto, pichar parede, quebrar cadeira e tirar zero nas avaliações. Mas não era assim nas décadas 1960 e 1970. Os alunos eram mais disciplinados, cantava-se o Hino Nacional, o professor era respeitado pelos alunos e pelos pais, e os desordeiros tinham medo de irem para a direção. O que mudou de lá para cá? Eu explico. 

Mudou que "intelectuais" infectaram a cabeça de políticos, jornalistas, universitários, psicólogos, juízes, escritores e palestrantes com ideais do tipo: "Criança e adolescente precisam ter mais liberdade de escolha e ação", "A ordem e o respeito ensinados pelo militarismo não são virtudes, mas opressão", "Criança e adolescente podem e devem ser incentivados a aprender e fazer sexo", "Não existe saber mais ou saber menos, existem saberes diferentes", "Não se pode dar palmadas nos filhos", "Valores judaico-cristãos são retrógrados e opressores", "Ser promíscuo é virtude", "Engravidou? Aborte!", "Leis duras contra criminosos são opressoras", "Criminosos são vítimas da sociedade", "Condição social ruim é justificativa para cometer crimes", "Criança e adolescente não devem ser tratadas como adultos quando cometem crimes", "A religião é opressora", "Uma família estruturada é opressora", "A virgindade antes do casamento não é uma virtude", "Funk obsceno é cultura".

Ideias como essas foram sendo disseminada aos poucos o respeito, a ordem e os bons costumes na sociedade, criando filhos e alunos sem limites, desordeiros, imorais e, claro, alienados. Não espere que pessoas assim queiram estudar. Mas espere dessas pessoas alienação suficiente para não depor a classe de burocratas que se mantém no poder por décadas às custas deles. 

Os 3 ou 4 que se salvarem de cada turma, provavelmente manterão exatamente esse sistema. Eles podem escapar do emburrecimento, mas estarão à mercê da doutrinação. E assim o sistema se retroalimenta. Você percebe agora como a doutrinação pode ser sutil? E percebe como essa doutrinação sutil nos trouxe até à desordem em que nos encontramos hoje? Espero que sim. Mas a pergunta que realmente quero fazer é: você vai continuar indiferente a isso?

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Por que algumas pessoas boas e interessantes não conseguem um relacionamento?

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Há um tempo eu estava lendo um conteúdo sobre relacionamentos do ponto de vista biológico. Eu não me aprofundei muito na questão, mas o que li faz sentido para mim e quero compartilhar algumas conclusões em cima desse estudo e outros (e um pouco de experiência própria).

Instintos naturais

O autor do conteúdo dizia que o que atrai as mulheres biologicamente não é dinheiro, ou músculos, ou beleza. O que atrai (e isso é subconsciente) é a aparência de que determinado homem é "disputado". O autor faz uma analogia com os animais. Ele cita, por exemplo, algumas experiências feitas com girafas. Segundo ele, cientistas perceberam que entre dois machos de igual saúde, tamanho, aparência e força, as fêmeas tendiam a escolher o macho que já tinha fêmeas disputando-o. A explicação é simples. Instintivamente falando, o macho mais disputado é, provavelmente, o mais saudável e, portanto, o mais fértil e o que gerará a melhor prole. E, instintivamente falando, isso é o que importa na natureza dos seres vivos: gerar uma prole saudável, a fim de manter a espécie.

O autor trabalha segundo um ponto de vista darwinista. Eu não creio no darwinismo (ler, por exemplo, o bioquímico Dr. Michael Behe sobre o assunto), mas penso que a analogia é válida, já que realmente Deus criou os seres com semelhanças entre si e quanto mais semelhante é um animal com o ser humano, mas é possível traçar paralelos de comportamento. Mas, independentemente da sua crença científica, o fato é que experimentos semelhantes já foram feitos entre humanos. Eu me lembro de uma vez ter assistido no Fantástico (isso deve ter mais de dez anos - eu ainda assistia TV) um quadro em que mulheres eram postas numa situação de escolher um cara. A maioria se sentia mais atraída pelo cara compromissado, em detrimento do solteiro. Se não me engano, era o mesmo ator fazendo dois papéis, só que para grupos diferentes. Também me lembro de ter lido uma matéria certa vez afirmando que mulheres tendem a se sentir atraídas por "bad boys" porque, inconscientemente, o organismo delas diz que eles têm maior possibilidade de gerar filhos saudáveis.

Perceba que o âmago dessa análise é o seguinte: é tudo subconsciente. Estamos falando de instintos. A mulher não pensa isso de modo consciente, tipo: "Olha como as meninas gostam daquele bad boy! Se eu conseguir engravidar dele, vou ter filhos fortes e saudáveis!". Trata-se de um instinto apenas. Instintos são cegos. São mecanismos importantes, pois nos geram alguns impulsos essenciais para autoproteção, proteção da espécie e reprodução da espécie. Mas são cegos. E por isso nem sempre estarão ao lado da razão ou da moralidade. Por exemplo, o nojo é um mecanismo de autoproteção. Por causa do nojo, somos protegidos de muita coisa. Você vê algo que não parece confiável para se comer e sente nojo. E isso te impedirá de comer. Agora, às vezes algo tem um aspecto nojento, mas não é perigoso. Como um bolo de amendoim que saiu mole. Se você sabe do que se trata, comerá sem problema.

Nós, humanos, temos instintos tal como os animais. A diferença é que, além dos instintos, temos também razão e moralidade. E isso nos dá a capacidade de julgar quando seguir o instinto natural não é conveniente. Quando um homem controla seu desejo sexual em vez de agarrar a primeira moça bonita que vê na rua, ele está usando a moral e a razão (e talvez o hábito também) para julgar seu instinto errado. Ele está literalmente indo contra seus instintos naturais. O instinto é cego. Cabe a nós, potencialmente racionais e morais, julgar quando devem ser contrariados.

Eu vou voltar a falar das mulheres, mas antes, já que mencionei o desejo sexual masculino, vamos entender um pouco o subconsciente do homem. O homem é diferente da mulher. Ele é muito mais visual. Seu instinto procura as mulheres mais bonitas. Por quê? Porque, instintivamente, as mais bonitas são, provavelmente, as mais saudáveis, o que significa que elas terão maior possibilidade de gerar uma prole saudável e forte. De fato, se você olha para uma mulher de quarenta e poucos anos, não muito bonita, que viveu uma vida desgastante e a compara com a Gisele Bündchen, a aparência mais saudável é a da Gisele. Pois é isso que o subconsciente do homem vê na beleza feminina: saúde. Saúde para gerar uma boa prole.

Mais uma vez: isso não é algo consciente. Acontece tudo à nível instintivo. E cabe lembrar que o instinto não é um mecanismo determinista. Ou seja, é possível dobrar o instinto, contorná-lo e até anula-lo. É o que veremos logo mais.

Mas, voltando às mulheres, como funciona o subconsciente da mulher (segundo o que foi exposto aqui)? Ele procura fazê-la se apaixonar por caras que aparentemente são disputados. Não precisa ser disputado, de fato. Apenas aparentar. É neste ponto que fatores secundários como dinheiro fazem a diferença. Um cara com dinheiro aparenta ser mais disputado pelas mulheres. Por quê? Primeiro porque ele de fato é. Muitas o querem por interesse financeiro. Às vezes o interesse é de apenas estar perto mesmo, não necessariamente de seduzir e ficar com a grana. O dinheiro chama "amigos" e bajuladores, dá status e importância. E isso atrai homens e mulheres.

Segundo porque geralmente o cara com dinheiro tem uma postura mais decidida, firme, segura de si, altiva. Porque, de fato, um cara com dinheiro consegue quase tudo o que quer. Essa autoconfiança é expressa em seu modo de falar, andar, gesticular, agir, pensar, rir, se divertir e se relacionar. E quando um cara transpira essa segurança e autoconfiança, passa a mensagem subconsciente de que não precisa correr atrás de mulher nenhuma, que elas correm atrás dele. O que até é verdade. Ou seja, ele é disputado. E se você não o quiser, dane-se! Ele não se importa. Ele tem mil outras aos pés dele.

Pronto! É tudo o que uma mulher precisa para se apaixonar. No subconsciente dela uma luz vai piscar, um alarme vai tocar e seu instinto vai dizer: "Esse cara é ideal para gerar filhos. Veja como todas a querem! Ele é seguro, autoconfiante, decidido! Os filhos dele serão aptos para vencer o mundo! Serão machos-alfa!".

Se fôssemos animais, isso daria certo. Mas, na prática, o que geralmente se verá é a mulher sendo iludida por esse "macho-alfa" e jogada fora como um objeto após servir de diversão para o mesmo. Porque não somos animais. Por mais que tenhamos instintos, nós fomos projetados para amar e sermos amados. Se isso não ocorre, nos sentimos vazios e feridos.

O mesmo ocorre com o homem. Se ele consegue uma bela mulher para si, mas que só tem beleza, geralmente ele será usado, corneado, e também se sentirá ferido. E é por isso que há tanto sofrimento nessa área entre os humanos.

Tal como o dinheiro, músculos definidos, beleza e, principalmente, fama e poder podem dar a um homem a aparência de ser disputado, além de criar nele autoconfiança e segurança aparentes. Por isso, nem sempre um homem rico e poderoso consegue uma mulher bonita por mero interesse financeiro. Muitas vezes a mulher realmente se sentiu atraída pelo homem, já que seu poder gera uma aparência atrativa à nível instintivo. Sim, pode ser que Marcela realmente tenha se apaixonado por Michel Temer e não pelo seu dinheiro. Entender isso nos ajuda a compreender o motivo pelo qual homens feios podem conseguir mulheres muito bonitas. A beleza não é o fator preponderante para uma mulher se apaixonar. E é por isso que há mulheres que se apaixonam por homens não só feios, mas rudes, imorais, promíscuos e babacas. Ou seja, o cara não tem uma boa qualidade, porém chama a atenção da mulher no seu subconsciente. Que merda, não é?

O que as mulheres mais assanhadas chamam de “homem com pegada” nada mais é que isso: um homem que aparenta ser autoconfiante e desejado por outras mulheres. Ele pode ser um babaca, mas se tem essas duas características aparentes (só precisa ser aparente, não se esqueçam), ele tem “pegada”.

Para o homem, por sua vez, o que vai importar para o subconsciente é a aparência de saúde, o que geralmente vai se refletir na beleza e na juventude. Já ouviram aquele ditado de que o homem troca uma de quarenta por duas de vinte? Pois é. É mais ou menos por aí. Isso quer dizer que a mulher pode ser uma pilantra, uma canalha ou uma imbecil, mas se ela é “gostosa”, o homem vai desejar ter. E o que é pior: quanto mais difícil essa mulher bonita e pilantra for, maior é a tendência do homem cair de quatro por ela. Por que? Aqui vai outra característica do homem: ele se sente atraído pela conquista.

O homem é, por essência, um ser que gosta de vencer desafios. Isso é algo comum ao gênero masculino em geral na natureza. Olhe para leões, tigres, leopardos, pavões e mais o que quiser, e verá o quanto ganhar uma competição é importante para este gênero. É ali que ele firma a sua força, sua masculinidade e, no caso dos homens, sua honra. A honra tem a ver não apenas com o modo como as pessoas nos veem, mas como achamos que as pessoas nos vemos e como nós mesmos nos vemos. O contrário de honra é vergonha e um sinônimo adequado para honra pode ser amor/orgulho próprio. Fira o orgulho próprio de um homem e você o derrubará. Um homem sem honra não se sente mais um homem em sua plenitude. E isso é a pior coisa que você pode fazer a um homem. Por isso a traição é tão dura para nós.

Pois bem. A conquista tem um sabor especial para o homem. E há estudos científicos que demonstram algo bastante interessante no cérebro masculino: ele despreza as mulheres fáceis. A mulher “piranha” é vista pelo cérebro do homem como mero objeto. Uma vez li sobre um estudo no qual se constatou que a mesma região do cérebro masculino que pensa em caixa de ferramentas, pensa em mulheres promíscuas e fáceis. Por outro lado, uma mulher bonita e safada que saiba se fazer de difícil pode se tornar o desejo supremo de um homem? Por quê? Porque ela é difícil. Se ela é difícil, torna-se um desafio e quanto maior o desafio, maior será a conquista. E se a mulher é bonita, segue-se que ela é saudável e gerará filhos saudáveis. Pronto! Tudo o que o homem quer. Isso, claro, à nível instintivo. Nada disso é pensado conscientemente.

Mas não só de beleza e juventude se perfaz a aparência de saúde para o homem. Outros atributos como jeito de andar, falar, gesticular, rir, se vestir e se portar podem ativar essa aparência. No entanto, isso depende mais do padrão pessoal de beleza feminina que cada homem tem. Há, de fato, características que atraem mais a uns do que outros. E isso é bastante pessoal. O que se deve lembrar, contudo, é que o homem é um ser mais visual que as mulheres. Então, geralmente o que vai atraí-lo mais é a beleza. Quanto mais bela for a moça, mais ele se sentirá inclinado a apaixonar-se.

Entenderam a dinâmica até aqui? Faz sentido, não é mesmo? Agora, vem algumas partes interessantes sobre a razão pela qual tanta gente legal e boa não consegue namorar, noivar e casar. Vou começar pelos homens.

As razões da "sofrência"

O homem tem um instinto natural de proteger a mulher e a prole. Ele foi criado por Deus para isso. Essa é a posição natural do gênero masculino. A mulher deseja um homem que assuma esta função? Conscientemente, em geral, sim. E instintivamente também. Porém (e esse “porém” é muito importante), esse instinto protetor paternal do homem é algo que afasta as mulheres quando manifesto no momento errado. Explico. Para os homens mais românticos, como eu, é comum expressar esse instinto de cuidado para as garotas que estamos interessados. Mas isso é lido pelo inconsciente da garota flertada da seguinte maneira:

“Se ele quer tanto cuidar de mim, eu sou a única que ele deseja. E se ele está correndo atrás de mim, é porque provavelmente não tem nenhuma outra que o deseje. Ele não é um homem cobiçado, desejado, disputado. É só um tolo e fraco correndo atrás de mim. Logo, ele é um merda. E se é um merda, gerará filhos merdas. Não serve para mim”.

Não importa se o homem em questão é maravilhoso, educado, atencioso, fiel, trabalhador, estudioso, dedicado a Deus, másculo e etc. Se ele expõe seu instinto protetor, o instinto da mulher gritará essa mensagem. E ela provavelmente não sentirá atração por ele. Se a moça em questão for moral e bondosa, ela encarará isso como um: “Não rolou química, não sei. Ele é legal, mas só o vejo como amigo”.

Aliás, o mesmo ocorre com o romantismo. A maioria das mulheres deseja um homem romântico. E, de fato, para uma mulher que já está apaixonada, o romantismo é importante para mantê-la amando o homem. Porque a mulher é bastante sensível e precisa se sentir amada. Entretanto, o subconsciente delas milita contra o romantismo na fase inicial de conhecimento. Porque se o homem for romântico com ela, a aparência de ser disputado e autoconfiante vai por água abaixo.

Recentemente, publiquei um post no Facebook dizendo mais ou menos o seguinte: se realmente é verdade que quanto mais bonzinho, legal, atencioso e romântico o homem for, menos as mulheres se interessarão por ele, então eu (Davi) estou fadado à solidão, no que tange a vida amorosa. Este post que fiz é (e eu sei disso) um suicídio em termos de instinto. Ao fazer um post onde me mostro visivelmente triste com minha condição atual e onde me apresento como romântico (o que é fato), a única coisa que atraio das mulheres é pena. Nada mais. Por mais que muitas mulheres que leram o post sejam ótimas pessoas do ponto de vista moral e espiritual, no subconsciente delas o que elas leram foi:

“Coitado. O cara é legal, mas nenhuma mulher está interessada nele. Ele é legal, mas não tem autoconfiança e segurança, pois está aí se lamuriando. Ou seja, ele não serve para mim. Se me caso com ele, os filhos gerados serão todos fracos, trouxas, imbecis”.

Meu post não tem o poder de despertar paixão nas mulheres. Pelo contrário, ele tem o poder de afastá-las ainda mais. Por que então postei? Desabafo. Postagens do gênero são comuns tanto para mulheres quanto para homens que estão se sentido solitários e apesar de serem boas pessoas não conseguem companhia. Infelizmente, é o tipo de post que é um tiro no pé. E eu sei. Ser romântico, para o homem, é um grande fardo por conta disso. Porque precisamente tudo o que ele faz afasta o interesse das mulheres, por mais que elas queiram arrumar parceiros que sejam românticos. Sim, amigos, mulheres são difíceis. E isso é biológico.

No caso das mulheres, aquelas que aparentarem não ter uma boa saúde (ou por não serem tão bonitas, ou por serem desajeitadas), ainda que sejam inteligentes e com moral elevada, serão preteridas, à priori, pelas que parecem mais saudáveis. Mas no caso do homem, por ser este um ser mais visual, ele reconhecerá: “Fulana é legal, mas a aparência dela não me atrai”. Triste, não é? Mas é fato.

Dominando os instintos

Daí você deve estar pensando: “Mas então tudo se resume à instintos? Estamos fadados a fazer apenas aquilo que nossos instintos mandam?”. Essa é a boa notícia do post: “Não, não somos escravos dos instintos”. Como afirmei há pouco, o ser humano tem instintos, mas também tem moral e razão. São duas faculdades que nos auxiliam a perceber quando seguir o instinto natural não é conveniente. O que nos diferencia dos animais são essas duas faculdades. E é no uso habitual delas que conquistamos a capacidade de desejar o que vai além dos instintos e, até mesmo, de anular desejos instintivos, passando a vê-los com desprezo. Em linguagem religiosa, é possível vencer suas inclinações pecaminosas naturais, reformar sua mente e passar a ter desejos puros.

Isso, obviamente, precisa ser entendido dentro dos seus limites. Uma vez que somos seres pecadores e que a propensão ao mal só será totalmente anulada em nós quando Cristo voltar e nos dar um novo organismo, então sempre seremos propensos, aqui na terra, aos maus desejos. Mas é possível controlá-los bem. Para os cristãos, esse controle é possível porque o Espírito Santo de Deus se encontra na terra e ajuda a consciência natural de todas as pessoas. E, no caso específico dos cristãos, se encontra no interior dos mesmos, com grande poder, fazendo-os mais aptos para vencer o pecado. Isso quando, claro, esses cristãos possuem um relacionamento verdadeiro com Deus e se esforçam para fazerem a sua vontade.

Mas, na prática, o que isso significa? Vou dizer de maneira bem simples: nós, humanos, somos muito semelhantes aos animais. Apenas o uso habitual da razão e da moral nos torna humanos. Quando preferimos dar vazão aos instintos em lugar da razão e da moral, iniciamos um processo de animalização. Para quem crê em Deus, há um terceiro elemento que nos diferencia dos animais, que é o espiritual. E é no espiritual a razão e a moral se encontram. A razão e a moral é o que nos faz a imagem e a semelhança de Deus. Assim, quando mantemos nosso espiritual saudável, mantemos também nossa razão e nossa moral saudáveis. E dessa forma, nos tornamos mais parecidos com Deus e menos com os animais. A esse processo podemos chamar de humanização.

O ser humano entregue aos próprios instintos nada mais é do que um animal. Um animal mais perigoso que os convencionais, pois o ser humano pode maquinar o mal, enxergar benefícios na imoralidade e agir cruelmente contra sua própria espécie. Isso tudo sabendo estar errado.

Mas não é esse o ponto. A grande questão do texto é que, todos nós temos instintos um tanto traiçoeiros. Alguns deles nós sequer temos ideia que existem. Estou certo de que as mulheres que lerem este post, em sua maioria, pensarão: “Nossa, eu não sabia que meu subconsciente era assim”. Não obstante, a partir do momento em que se descobre esta útil informação, é possível lutar contra isso. Como? Aqui vão dicas.

Em primeiro lugar, esteja sempre elevando conscientemente os atributos que realmente importam em um homem ou em uma mulher. Espiritualidade, moralidade, inteligência, fidelidade, honestidade, afetividade. Essas qualidades precisam ser exaltadas. E se você não está habituado a se apaixonar por uma pessoa por conta dessas qualidades, procure dar uma chance de conhecer melhor quem as possui, mesmo que não esteja apaixonado ou apaixonada. Às vezes, ao conhecer melhor a pessoa, passamos a ter afeto por ela, e desse afeto pode surgir amor. Ademais, ao exercitar essa visão mais interior e paciente, seus maus instintos começarão a ser driblados e anulados, de modo que o que irá te atrair, em breve, será realmente o interior da pessoa e não o que ela aparenta ser.

Em segundo lugar, concentre-se nas coisas espirituais. Somos o que consumimos. Se você consome imoralidade, futilidade e carnalidade, será imoral, fútil e carnal. Ou, no mínimo, pensará de maneira imoral, fútil e carnal. Ainda que de maneira subconsciente. Agora, se alimentamos o nosso espírito, se buscamos a Deus e às coisas elevadas moralmente, nós teremos uma mente e um subconsciente mais limpos e puros.

Em terceiro lugar, vigie e questione a si mesmo. É sempre bom se questionar: “Por que estou gostando de tal pessoa? Como isso começou? Por que se sustém? Essa pessoa tem boas qualidades interiores?”. Da mesma forma, pode-se questionar: “Por que não gosto de tal pessoa? Por que não rola química?”. É evidente que isso não deve se tornar uma paranoia na sua vida. Até porque (e quero que prestem atenção nisso), o instinto não é mal em si mesmo. O fato de você se apaixonar por uma pessoa porque algo nela chamou a atenção do seu instinto natural não é, por si só, um pecado. Se eu gosto de ruivas e me apaixono por uma ruiva, não a nada de mal nisso à priori. O que se deve ter em mente é que (1) a mera paixão não constrói um relacionamento duradouro e (2) a aparência não é a coisa mais importante em uma pessoa. Vou elucidar melhor esses dois pontos.

Paixão x Amor, Aparência x Realidade

Sobre a paixão, não há nada de errado em apaixonar-se. Mas a paixão advém de algum atributo da pessoa que nunca representa a sua totalidade. Você pode apaixonar-se por uma garota pelo modo como ela mexe no cabelo. Por alguma razão aquilo faz seu cérebro acha-la graciosa, bela e, portanto, saudável. Mas a mexida no cabelo não representa a totalidade da mulher, tampouco representa o que é primordial para um relacionamento dar certo. Ela pode ter uma ótima mexida no cabelo, mas ser irritante, desinteressante e não ter nada a ver com você. O resultado será o seguinte: após começar o relacionamento, conforme forem convivendo, os outros atributos dela (que são ruins) falarão mais alto, e o que te chamava a atenção nela antes, não chamará mais (ou não será suficiente). Aí a paixão acaba e junto acaba a vontade de estar junto.

Por outro lado, você pode se apaixonar por uma mulher pela mexida no cabelo e, ao iniciar um relacionamento com ela, perceber que vocês possuem muitas coisas em comum, que ela tem ótimas qualidades e que você adora estar perto dela. Pois é aqui neste ponto que a paixão inicial dá lugar ao amor. O amor não nasce à primeira vista. O amor se constrói com o tempo, na medida em que um conhece o outro. Antes do amor pode haver simpatia, paixão, atração, admiração e até mesmo amor no sentido mais geral (o sentido em que amamos amigos ou pessoas comuns). Mas o amor de casal, esse só o tempo gera. E esse só é alimentado pelo convívio.

Sobre a aparência, como já bem disse acima, ela não representa a totalidade da pessoa e, por vezes, não representa sequer a pessoal parcialmente. No caso do homem, só para citar um exemplo, o fato de ele aparentar ser disputado e autoconfiante não significa que ele realmente o seja. Pode ser só aparência. Um homem pode aparentar ser assim por um dia, em um determinado momento da vida e ter a sorte de alguma mulher achar que ele é assim de fato. Um momento é suficiente para apaixonar-se. Por esta razão, não se deve colocar a aparência e a paixão como prioridades. Não há pecado nelas em si mesmas, mas elas sozinhas não levam a lugar nenhum. A paixão requer o amor para fazer uma relação dar certo. E a aparência requer a realidade.

Distúrbios e compulsões

Perceba algo importante: estou falando neste post todo sobre o início das relações e não sobre a continuidade. A continuidade das relações obedece a outras leis. E é nesse ponto que as análises aqui feitas se tornam mais plausíveis. O que atraiu uma pessoa para o início de um relacionamento tende a perder força se o convívio do casal não for bom por alguma razão. Na prática, se uma mulher se interessou por um homem porque o homem aparenta ser disputado e autoconfiante, ela pode perder o interesse nele porque dentro da relação ele não é romântico. E mulher sente falta disso. O que pode acontecer aqui, aliás, é a mulher se interessar por outro homem aparentemente disputado e que aparenta ser romântico. Aqui há um combo. O homem em questão não está aos pés dela, mas parece ser romântico. Neste caso, soma-se o que uma mulher quer durante o relacionamento, de modo consciente, com o que ela quer no início, de modo inconsciente.

Já o homem pode se interessar por uma mulher pela beleza, mas perder o interesse nela durante o relacionamento porque ela não o valoriza como homem. O homem não sente nela admiração e respeito e, portanto, se sente menos másculo. Isso fere a honra e tira o apoio do homem, de modo que ele pode começar a almejar outra mulher. Se aparece alguma mulher bonita que lhe dê a atenção devida, ele será tentado a cair.

Há nuances também. Algumas mulheres se manterão presas ao instinto, de modo que mesmo seus namorados sendo completos babacas, elas mendigarão sua atenção. A gente costuma a chamar esse tipo de mulher de “mulher de bandido”. Outras se manterão presas ao instinto de forma diferente: após laçarem a atenção de um homem, perderão o interesse nele porque seu subconsciente diz que ele não é mais disputado. Isso a fará querer outros homens, sempre de perfil “pegador”.

Por sua vez, os homens que se mantiverem presos ao instinto, geralmente se tornarão promíscuos e não conseguirão se manter fieis a uma mulher. Se casarem, irão sempre criar relacionamentos extraconjugais. Se não casarem, preferirão a vida de “pegador” mesmo. E, infelizmente, como há mulheres para esse tipo de homem, esse tipo de homem continuará a existir. Pegadores se alimentam de mulheres promiscuas. Ambos possuem o mesmo erro: deixam-se levar pelos instintos naturais.

A única forma, portanto, de não cair nesses maus hábitos é suplantando seus instintos em favor da espiritualidade, da razão e da moral. Sim, ressalto aqui a razão, pois não somos animais. Para os animais, a vida se resume, em geral, a comer e se reproduzir. A espécie humana, no entanto, foi feita para se relacionar. Quando o ser humano não cria laços afetivos fortes e baseados na fidelidade, não vive completo, não se sente preenchido, não mantém seu psicológico plenamente saudável. E isso gera compulsões. Compulsão por sexo, por diversão, por compras, por comida, por festas, por status, por dinheiro, por fama, por curtidas, por atenção, enfim, compulsões diversas. O ser humano não foi projetado para viver como um animal. A animalização do ser humano é coisa muito triste. É um caminho natural do pecado, mas não é o projeto de Deus.

Influência, não determinismo

Finalmente, quero deixar claro um último ponto antes das considerações finais. Não ache que o interesse de todas as pessoas (ou da maioria delas) em outras se resume ao que o subconsciente ditou. O subconsciente (ou o instinto dele) é um fator influente, mas não um fator determinante. Cada pessoa é de um jeito. Em algumas pessoas o instinto é mais fraco, em outras é mais forte. E cada pessoa é criada de um jeito. Alguém que foi criado em um ótimo ambiente moral e espiritual pode muito bem não ter inclinação natural aos tipos aqui citados. Assim, uma mulher pode se interessar de primeira por um homem apenas por ele ser educado, por exemplo. Ainda que este homem seja feio, use óculos e pareça bastante inseguro. E um homem pode se interessar de primeira por uma mulher apenas por ela ser meiga. Ainda que essa mulher não seja muito bonita e sequer tenha os atributos físicos que ele prefere.

Uma experiência interessante minha: há pouco tempo uma amiga da igreja resolveu me indicar uma moça dela para eu conhecer. Ou seja, essa amiga resolveu ser nosso cupido, falou de mim para a moça e falou da moça para mim. Essa moça é bonita. E é uma boa cristã. Eu pensei: “Não vou recusar. Não se pode recusar oportunidades”. Então, iniciei conversas com a tal moça, a fim de nos conhecermos, ambos com a finalidade de, se desse certo, iniciarmos um namoro. Ao fim de um tempo nos encontramos como amigos. Ora, tanto nas conversas, como no encontro, não sentimos “química”. E eu me esforcei. Eu estava aberto. Mas o que falou mais alto, no meu caso, não foi a beleza da moça. Foi o fato de que não tínhamos nada em comum e nossas conversas não fluíam.

Neste caso, portanto, eu não fui movido pelo instinto natural, mas pela visão do próprio relacionamento. Vi que não daria certo e isso foi suficiente para que a beleza dela não me atraísse a ponto de eu me apaixonar. Isso não quer dizer que não tenho essa tendência masculina de desejar as mais bonitas acima de tudo. Talvez, se essa moça tivesse o tipo de beleza que a mim, pessoalmente, atrai muito, eu me apaixonasse. Talvez. Porque, no fim das contas, não havia futuro ali. Tanto que ela mesma percebeu. Pelo menos, foi o que ela disse. Eu, por mim, deixei bem claro, para não dar falsas esperanças.

Considerações finais

Em minhas considerações finais, quero dizer que realmente estas análises, baseadas não apenas em um, mas em vários estudos que já vi (e experiências pessoais) me parecem corretas e bastante plausíveis. Acredito que se muitos homens e mulheres interessantes tem sofrido por não conseguirem uma companhia é porque o ser humano está, em geral, viciado em se guiar pelos instintos. E nem sempre isso é perceptível à própria pessoa. Eu estou certo que muitos cristãos genuínos têm se guiado por instintos sem perceber e, por isso, não encontram a pessoa certa e impedem que boas pessoas as encontrem.

Estou há muito querendo escrever esse artigo, até como uma forma de alertar às pessoas contra isso. Mas o que me levou a escrevê-lo hoje foi uma terrível desilusão amorosa que tive e que, talvez, possa ser explicada por essa dinâmica. Em todo o meu romantismo, atenção e cuidado (sem com isso ser meloso, ciumento ou controlador) acabei por afastar uma namorada que parecia gostar de mim (segundo ela, não por ter deixado de gostar, mas por insegurança). Após isso, por insistência minha (em função de crer haver ainda algum sentimento por parte dela), fui relegado à posição de mero amigo e, depois de uma reaproximação amigável, trocado por alguém, aparentemente muita boa gente, mas que, tenho certeza, não dedicou a terça parte do carinho e da preocupação que dediquei.

Não está em questão aqui a conduta da moça. Ela teve seus erros, creio, mas eu também tive os meus. Errei por insistência. Este, no entanto, não é o ponto. O ponto é que por mais doloroso que seja tudo isso, há algo útil nessa experiência. Eu passei por diversas possibilidades ruins que uma relação pode gerar: rompimento, “friendzone”, o ser trocado (ou, talvez, a melhor palavra seja “preterido”) por alguém que não foi tão companheiro quanto fui. Dói mesmo. Lembra do que falei sobre a honra masculina? Pois é, a minha honra está manchada. O coração sangra. E por mais que eu sonhe com uma companheira para namorar, noivar e casar (sonho antigo e persistente), esta não aparece. Contudo, ao menos eu tenho uma ideia da razão principal pela qual estas coisas acontecem. E uma vez que conheço muitos nesta situação, deixo aqui minha contribuição sobre o tema.

Paulo, na epístola aos Romanos, capítulo 7, fala sobre a terrível luta que se dá no interior de todo o ser humano. Ele afirma:
“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.
Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros. Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 7:14-25).
O apóstolo continua no próximo capítulo, falando sobre como Jesus resolve este terrível problema. É, na minha opinião, uma das passagens mais lindas da Bíblia:
“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito” (Romanos 8:1-5).
Que todos os que leram este post agarram-se ao Senhor Jesus Cristo e procurem, nEle, tratar todas as nossas inclinações pecaminosas (ou, se preferir outro termo, “instintos naturais inconvenientes”). E que não percamos jamais a oportunidade de conhecer melhor aquelas pessoas interessantes que só vemos como amigos. É possível que o amor da sua vida esteja mais perto do que você pensa. E falo isso para mim também. Porque também eu sou homem como vós, sujeito às mesmas paixões (Atos 14:15).